Two pieces of a broken heart - Parte 4

Já é manhã e decido não enrolar mais na cama. Meus país e Lana vieram apenas para me deixar aqui e foram embora. Meus avós acordam cedo e não quero incomodar, então vou ajuda-los no que for preciso.

Faço minha higiene matinal e desço para o café. Vovó está fazendo panquecas, que eu adoro. Me sento em uma cadeira e a observo.

— Bom dia, vovó. 
— Bom dia Demi. Como está se sentindo? 
Muito mal ainda, pra ser sincera.
— Bem.
— De verdade? — pergunta ela e percebo seu olhar desconfiado.
— De verdade. — respondo com meu sorriso convincente.
Tomo meu café com panquecas e saio para caminhar. O lugar é enorme e quero explora-lo um pouco. Conhece-lo mais. Vejo mais a frente meu avô trabalhando com os cavalos. Vou até ele e antes que eu chegue mais perto ele sorri para mim.
— Bom dia, senhorita. 
— Bom dia, senhor. — sorrio ao vê-lo tão bem.
"Senti falta daqui, é um lugar muito bom. Agora eu entendo o porque de vocês nunca saírem daqui para a cidade. É realmente um paraíso."

Ele apenas sorri.

— E esses cavalos hein. Estão lindos. 

— E velhos. — completa ele.

— Sempre tive a curiosidade de saber porque vocês pararam com a produção de vinho.

— As maquinas estavam velhas. O vinho já não era mais o mesmo, então decidimos parar a produção antes que alguém viesse reclamar da qualidade. E com razão. As maquinas não são nada baratas, então acabou ficando no galpão. 

— Entendo. Mas e todas aquelas uvas? — perguntei. Quando eu digo "todas aquelas uvas" é porque era muita uva. A plantação era de quilômetros.

— Colhemos as boas e vendemos. Tiramos a maior parte das arvores. Não faz muito sentindo continuar com todas elas se não vamos produzir mais nada. Além do mais, o mercado de uvas na época não estava dos melhores. Conseguimos um bom preço por causa da qualidade delas. Sobraram algumas e nós consumimos. Ainda tem algumas árvores mais a frente, se você quiser pegar algumas fique a vontade.

— Que pena, vovô. Minha mãe sempre disse que os vinhos daqui eram os melhores. Mas eu nunca bebi.

— Você era muito jovem, por isso. Ainda tenho na adega, se você quiser, posso abrir um no jantar.

— Eu quero sim. Obrigado vovô. Vou andar um pouco por ai, depois eu volto.

Sai em direção ao lago. Ele sempre foi grande e muito fácil de localizar, da pra vê-lo de longe.

Sentei-me na beirada e coloquei os pés na água gelada. Lembro me do dia em que eu e Jimmy fomos á praia. Andamos bastante por lá durante o dia e ficamos para ver o pôr-do-sol. 

Foi um dos melhores passeios que fiz com ele. Nós tínhamos aquelas coisas de casais melosos que escrevem os nomes na árvore. Tínhamos tantos planos para o futuro. Íamos entrar na faculdade e depois nos casarmos. Era tanta coisa. Jimmy era um ano mais velho que eu, então terminou a escola primeiro. Eu disse a ele para entrar na faculdade sem mim e que depois de um ano iria me juntar a ele. Mas ele disse que não, que iria me esperar para passarmos por isso juntos. Foi tão amável da parte dele.

Ele sempre dizia pra mim: "um dia, quando formos embora dessa cidade, eu vou te dar o mundo."

Infelizmente esse dia nunca ira chegar.

Tenho muitas duvidas com relação a faculdade. Não sei se consigo seguir em frente com tudo isso. E querendo ou não, eu preciso disso, preciso me mover. Preciso viver a minha vida. Não posso deixar o tempo passar e não fazer nada. Eu quero e não quero ao mesmo tempo. Tenho certeza que Jimmy iria querer que eu seguisse em frente, não importa o que acontecesse. Eu tenho que fazer isso, por ele e por mim. Tenho que fazer e vou. 

Eu amo arte e se tem alguém que sempre foi a minha inspiração foi ele. E pensar nele dói. Mas eu espero que com o tempo isso mude, e que, quando eu pensar nele, eu não fique triste, e me lembre de momentos bons.

Fiquei um bom tempo sentada, o dia está realmente lindo e eu quero aproveitar esse tempo só para mim.

...

Gente não postei antes porque tava assistindo o jogo do Brasil, mds que sufoco, mas valeu a pena.

VAI BRASIL haha

Espero que gostem minhas lindas, beijos.