segunda-feira, 24 de setembro de 2012

Mini-Fic: Eu não acredito no amor - Parte 4


Você não é mais uma estranha pra mim._disse olhando em meus olhos e eu senti minhas pernas fraquejarem um pouco. Sorte a minha que estava apoiada na grade_Me dá seu celular?

Onde eu estava com a cabeça quando resolvi me aproximar de um homem desconhecido vestido com um sobretudo preto à noite em um parque? Eu definitivamente não queria dar meu numero de celular a ele, mas então ele dá o sorriso que me faz derreter e consegue o que quer.



Obrigado_disse ele sorrindo enquanto acabava de registar meu número._Mas então e você? Como vai sua vida?_eu queria puder dizer perfeita, mas um Joseph apareceu e ela deixou de ser perfeita.

Quase perfeita_respondi prontamente enquanto começávamos a caminhar lentamente pelo parque.

Sério?_perguntou surpreso_Me ensina o truque?_perguntou ele brincando e eu ri.

Não tem truque._respondi sincera.

Você tem uma vida quase perfeita e não tem truque?_perguntou duvidando._Isso é impossível_riu por fim.

Não para mim_sorri_você só tem que definir seus objectivos para a vida e realizá-los. Aí a sua vida vai ser perfeita. Como eu disse, não tem truque.

Será que isso funciona comigo?_perguntou sorridente.

Só saberá se tentar._disse me sentando num banco perto do laguinho do parque.

Eu gosto da maneira como você pensa_disse se sentando ao meu lado com as mãos nos bolsos.

Ai sim?_perguntei encarando-o meio confusa por não saber o que ele quis dizer.

Sim._ele afirmou olhando o laguinho na nossa frente_parece que você sabe tudo sobre vida, ou que já passou por muito. Você sabe dar os conselhos certos para a pessoa certa e no momento certo. Pelo menos você fez isso comigo. Você parece determinada. Parece que quando você quer algo, você simplesmente não desiste. E eu gosto disso. Eu gosto de pessoas como você. Elas são raras como uma jóia._ele disse agora me olhando nos olhos e senti minhas bochechas arderem. Isso não pode estar acontecendo comigo. Não pode.

Talvez_respondi desviando os olhos dos dele. Ele tinha olhos lindos e profundos e isso não me fazia bem. Nada bem.

Mas o que falta na sua vida para ela ser perfeita?_perguntou voltando a chamar minha atenção.

Como assim?_perguntei confusa.

Você disse que a sua vida era quase perfeita. O que está faltando?_perguntou e senti os olhos dele em mim de novo. Falta você desaparecer para eu não sentir mais o que estou sentindo.

Nada._respondi simplesmente e vi ele ficar confuso. Eu ri_só acho que até a perfeição pode ser aperfeiçoada, por isso digo que a minha vida é quase perfeita. Sei que nunca irei chegar à perfeição._vi ele sorrir como se estivesse deslumbrado e isso me fez sorrir também.

Como já disse antes, gosto da maneira que você pensa._sorriu_mas e sua vida amorosa, muitos pretendentes?_vi ele um pouco, aparentemente, nervoso com a pergunta que fez. Isso me fez sorrir por dentro. O que diabos está acontecendo comigo?

Nem um._vi ele abrir a boca em gesto de surpresa e eu ri com isso_que foi?

Nada_ele fechou a boca de novo e riu de leve_só acho estranho uma mulher linda como você não ter nem um pretendente_pois é, eu tenho a certeza que dessa vez eu corei bruscamente. Meu Deus, me ajuda por favor!

Obrigado pelo elogio. E eu não acho estranho isso._sorri.

Acredite, é muito estranho. Os homens dessa cidade devem estar todos cegos_ele fez uma cara de indignado que me fez rir_Mas e você? Está apaixonada?_perguntou, e eu pude sentir o receio em sua voz. Seu olhar estava cauteloso.

Não acredito no amor_disse prontamente. E era verdade.

Sério?_perguntou sem acreditar._Você nunca se apaixonou?

Não_respondi de imediato_e é melhor assim.

Você tem medo de se apaixonar?_perguntou curioso.

Não. Eu sei que não irei. Como eu disse, não acredito no amor. Não acredito que ele realmente exista. Quer dizer, para algumas pessoas talvez, mas não para mim._expliquei.

Wow. Essa eu não esperava. É muito bom se apaixonar, você não faz ideia._ele disse sorrindo.

Pelo o que você me contou, não é tão bom assim._rebati e logo vi o sorriso dele desaparecer. Logo me arrependi de minhas palavras._Me desculpe. Eu sou uma idiota. Eu vou embora.

Me levantei rapidamente e depressa comecei a andar para fora dali. Ele me chamou, e tal como no outro dia, continuei a andar sem nem olhar para trás. Eu sou muito burra e idiota. Me senti uma idiota com o que disse pra ele. Se fosse a antiga Demetria, não teria nem ligado. Pois é. Parece que ele está me mudando mesmo. E eu estou odiando isso.

17 de Dezembro, Paris, França.

Depois daquela noite é que ele não sai mesmo da minha cabeça. Não consigo parar de pensar nele um minuto que seja. Isso ta me irritando e dando comigo em doida. Eu lembro quando minhas amigas apaixonadas falavam quando estavam apaixonadas, ou quando pensavam que estavam. Elas diziam que não paravam de pensar neles, que o coração quase saia do peito, que as pernas ficavam bambas, que ficam nervosas perto deles, que as mãos suavam e isso não era nada comparado ao resto. Eu estava sentindo tudo aquilo pelo Joseph. E eu não queria. Definitivamente não queria. Mas eu não conseguia controlar. Era mais forte que eu. Para falar a verdade, nem sei de onde isso vem. Eu só sei que não me queria apaixonar. Nem pelo Joseph, nem por ninguém. Minha vida estava muito boa até ele aparecer. E depois do dia de ontem, não sei se as coisas voltaram a ser as mesmas. Pois é. O Joseph me ligou na minha hora de almoço. Maldita a hora em que lhe dei meu numero de celular. Ele me convidou para almoçar, disse que queria celebrar algo e disse que queria falar comigo sobre o que acontecera na noite anterior. Ele combinou de nos encontrármos num restaurante Italiano que só por acaso, era meu restaurante preferido. O que vem a seguir? Vocês nem imaginam.

Oi. Desculpe o atraso. O transito está um inferno._disse chegando perto da mesa que ele tinha reservado. Ele estava lindo. O que não ajudava em nada. Ele se levantou antes que me sentasse. Ele beijou minha bochecha, me cumprimentando e eu senti minhas bochechas arderem, mais uma vez. Ele pegou meu casaco pelos ombros que eu acabara de começar a tirar e colocou nas costas da cadeira. Ele puxou a cadeira em seguida para eu sentar. Óptimo, agora também era cavalheiro.

Não tem problema_disse ele se sentando na minha frente.

Me desculpe por ontem. Eu fui uma verdadeira idiota_comecei me lamentando e ouvi ele rir._Do que está rindo?_perguntei incrédula.

Não tem nada do que se desculpar. Está tudo bem. Mas estamos aqui para celebrar._disse sorrindo abertamente.

Celebrar. Certo._assenti._Celebrar o quê mesmo?_perguntei agora rindo e ele riu também.

Estou oficialmente solteiro._disse ele sorrindo de canto.

Isso é motivo para celebrar?_perguntei confusa, ele tinha dito que a amava._Você não a amava?

Não mais._respondeu prontamente.



Continua...

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