quarta-feira, 16 de janeiro de 2013

Capítulo 4 – Can I Stay Here?

Coloquem a música pra carregar e soltem ao meu sinal ok?! Sério, vai dar todo um toque especial ao capítulo! :D

***

Cheguei em casa morto, depois de um dia puxado no trabalho. Por eu ter ficado um tempo afastado, muita coisa tinha ficado acumulada no escritório e eu tive que correr pra não ficar devendo nenhum documento. Ainda tinha muita coisa a ser feita, mas deixei a maioria encaminhada.


Ashley havia acabado de me ligar avisando que chegaria mais tarde hoje, pois teve problemas no trabalho e ficaria pra resolver. Ótimo! Foi o que pensei. Não que eu não gostasse da companhia da minha noiva, mas eu precisava ficar um pouco sozinho.

Depois de um banho relaxante, sentei em frente a TV com um balde de salgadinhos e um copo enorme de coca-cola. Uma noite de homem! Tudo o que eu precisava.

Mal tinha acabado de me acomodar no sofá quando ouvi a campainha tocar.

- Mas que merda! – eu resmunguei.

Quem diabos estava ali pra atrapalhar minha, rara, noite de homem?

Gritei um “já vai” e levantei do sofá, indo até a porta. Eu estava só de calça de moletom, mas quem ligava? Fosse quem fosse, não iria demorar mesmo.

Abri a porta e me deparei com uma garota de cabeça baixa , deixando a mostra o coque perfeito, que vestia um colã preto por baixo de uma blusa branca, que caia em um ombro, um short jeans curto e nós pés um all star preto. Demi levantou os olhos pra me encarar e lançou um sorriso tímido. Eu permaneci em silêncio, um tanto hipnotizado pela imagem a minha frente.

- Hm, oi vizinho. – ela disse sorrindo.
- Ah... Oi – eu disse despertando do transe.
- Bem, eu não quero incomodar, mas é que eu esqueci a chave de casa na bolsa da escola e meus pais ainda não chegaram – ela disse gesticulando com as mãos – hm, será que posso ficar aqui até eles chegarem?
- Ah, claro! – eu disse dando passagem pra ela entrar.
- Obrigada e prometo que não vai demorar, eles já devem estar chegando – ela disse colocando a bolsa rosa e branca em cima do sofá – vejo que atrapalhei uma noite e tanto.
- É... – eu disse rindo – é o que um homem faz quando não tem a noiva pra fiscalizar.
- Hm, Ashley não está? – ela perguntou desconfiada
- Não, ela vai chegar mais tarde do trabalho hoje – eu disse sentando no sofá e chamando pra que ela sentasse ao meu lado – Você quer comer alguma coisa?
- Não, obrigada – ela disse negando com a cabeça – eu comi antes de vir pra casa.

Eu concordei com a cabeça e voltei minha atenção pra TV, não que eu prestasse atenção no que passava. Não tinha como, com a minha vizinha gostosa sentada ao meu lado no sofá e vestida daquele jeito.

- Então, você faz balé a quanto tempo? – eu perguntei tentando manter uma conversa.
- Desde pequena – ela disse pegando um salgadinho da bacia em meu colo e, devo dizer, só a menção da mão dela indo em direção àquela região me deixou tenso – Minha mãe também era bailarina, mas teve que deixar de dançar quando engravidou de mim.
- Então é um dom genético? – eu perguntei rindo um pouco.
- Pode-se dizer que sim – ela respondeu rindo também – Sabe, a antiga moradora dessa casa a Sra. Feltz era minha professora.
- Então isso explica a sala de espelhos lá em cima – eu disse, mesmo já sabendo sobre o fato da Sra. Fetz ser professora de balé.
- É, eu fazia aulas extras com ela aqui – ela disse dando de ombros – ela sempre dizia que a prática levava a perfeição. Sinto saudades dela, minha nova professora é legal, mas a Sra. Feltz era simplesmente uma mestre no que fazia.
- Devo imaginar – eu disse olhando pra ela – Ouvi dizer que você é a melhor nisso.
- Não, tô longe de ser a melhor – ela disse rindo sem graça – mas faço o que posso pra fazer meus pais se orgulharem de mim.
- Acho que você está indo bem – eu disse sorrindo – eles não pararam de falar sobre ‘como a filha deles é brilhante’ durante o jantar.
- Ás vezes eles exageram – ela disse rindo.

O silêncio se estalou entre nós e apenas a TV era ouvida em um canal de esporte qualquer. Eu sentia necessidade de continuar a conversar com ela, de ouvir mais sobre o que ela tinha a dizer, de ouvir mais do som da voz dela.

- Joe... – ela me chamou meio tímida – será que eu posso ir até a sala de balé?
- Claro – respondi sorrindo.

Subimos até a sala de balé, abri a porta e acendi a luz. Demi entrou e uma expressão de pura nostalgia tomou conta do rosto dela.

- Eu passei grande parte da minha infância aqui – ela disse, passando a mão pelas barras de apoio.
- Você, vai rir do que vou dizer – eu disse cruzando os braços e me apoiando em uma das barras do lado oposto ao dela – Mas, eu comprei essa casa por causa dessa sala.
- Sério? – ela disse olhando pra mim através do espelho – algum tipo de fetiche?

Eu levantei a sobrancelha surpreso com a pergunta e ri sem jeito em seguida.

- Não... Na verdade, ainda não tinha parado pra pensar nisso. – eu respondi rindo brevemente.

Demi sorriu e virou-se pra me encarar, ainda do outro lado da sala.

- Você se incomoda se eu treinar um pouco? – ela perguntou sorrindo.
- Fica a vontade – eu disse fazendo um breve aceno com a mão.
- Você pode, então, pegar um CD e minhas sapatilhas que estão dentro da minha bolsa, por favor? – ela perguntou de um jeito que me fez lembrar que ela era apenas uma menina. Absurdamente sensual, mas ainda assim, uma menina.

Concordei brevemente e desci as escadas indo em direção a bolsa dela que estava no sofá. Abri o fecho e lá dentro encontrei uma garrafa de água com a figura da Mônica estampada nela, as sapatilhas cor de rosa, outras mudas de roupa, uma bolsa menor que estava cheia de coisas, mas que não abri e finalmente o CD.

Depois de por tudo de volta na bolsa, peguei o CD e as sapatilhas subindo as escadas em seguida e quando entrei na sala, meu queixo quase foi parar no chão. Demi estava só com o colã preto e com a meias brancas, sentada no chão com as pernas em borboleta, aparentemente, se alongando.

- Aqui o que você pediu – eu disse meio atordoado, estendendo a ela o CD e as sapatilhas.
- Obrigada – ela sorriu e pegou as coisas em minha mão.

Colocou as sapatilhas delicadamente, amarrando a fita de cetim, com uma graciosidade que eu jamais vi em nenhuma outra pessoa. Em seguida levantou e foi até um aparelho de som pequeno que estava no canto da sala. Logo pude ouvir uma melodia lenta, mas forte.

 (n/a: aperte o play! ;D)

Demi direcionou-se ao centro da sala e eu sentei em um canto da sala, onde eu tinha a visão das costas dela. A mulher começou a cantar e Demi começou a fazer movimentos que seguiam o ritmo da música.

Seems that I have been held
(Parece que fui mantinda)
In some dreaming state
(Em algum estado de sonho)
A tourist in the waking world
(Um turista no mundo desperto)
Never quite awake
(Nunca completamente acordado)

Movimentos graciosos, alinhados e incrivelmente sensuais. Eu queria me livrar da sensação de que ela estava dançando pra mim, mas, a cada movimento, ela me lançava um olhar intenso pelo espelho, fazendo com que cada fio de cabelo existente em mim arrepiasse.

No kiss, no gentle word
(Nenhum beijo, nenhuma palavra gentil)
Could wake me from this slumber
(Poderiam me acordar deste sono)
Until I realise that it was you
(Até eu perceber que foi você)
Who held me unde
(Quem me segurou assim)

 Eu estava em um jogo de sedução, sem ao menos saber como havia entrado. E o que era pior, estava gostando disso. Gostando demais! Meus olhos admiravam cada movimento e cada centímetro do corpo de Demi  e, movido por um impulso ou por puro desejo, me pus de pé e comecei a caminhar lentamente até a garota.

Felt it in my fist, in my feet
(Senti isso no meu punho, nos meus pés)
In the hollows of my eyelids
(Nas cavidades das minhas pálpebras)
Shaking through my skull, through my spine
(Sacudindo através do meu crânio, através da minha espinha)
And down through my ribs
(E para baixo, através dos meus quadris)

Demi então fechou os olhos e rodopiou nas pontas dos pés, com uma das pernas flexionada de modo que, a ponta da sapatilha quase tocava o joelho da outra perna. Antes que ela pudesse completar a volta eu segurei sua perna flexionada, fazendo assim com que ela se encaixasse em meu corpo. Minha outra mão alcançou sua cintura e ela desequilibrou, tendo que segurar em meus ombros para manter-se na ponta do pé.

No more dreaming of the dead
(Não mais sonhando com os mortos)
As if death itself was undone
(Como se a própria morte fosse desfeita)
No more calling like a crow for a boy
(Não mais chamando como um corvo por um menino)
For a body in the garden
(Por um corpo no jardim)

Ficamos nos encarando por alguns segundos. Eu sentia meu corpo borbulhar de desejo e, naquele momento, nada mais importava. Nossa diferença de idade, o fato dela ser menor, Ashley... Nada disso tinha a menor significância perto do que estava sentindo. Meu corpo pedia pelo dela de um modo que nunca imaginei ser possível.

No more dreaming like a girl
(Não mais sonhando como uma garota)
So in love, so in love
(Tão apaixonada, tão apaixonada)
No more dreaming like a girl
(Não mais sonhando como uma garota)
So in love, so in love
(Tão apaixonada, tão apaixonada)
No more dreaming like a girl
(Não mais sonhando como uma garota)
So in love with the wrong world
(Tão apaixonada pelo mundo errado)

Em um impulso puxei Demi para meu colo, fazendo com ela enlaçasse as pernas em minha cintura e passasse os braços em voltas do meu pescoço. Caminhei com ela até suas costas encontrarem um dos espelhos/paredes da sala, sem desviar meus olhos dos dela. Colei nossos corpos e levei uma de minhas mãos ao rosto da garota, fazendo um carinho em seu rosto macio e perfeito. Demi fechou os olhos e começou a soltar o ar pela boca entreaberta fazendo-me desviar o olhar para seus lábios. Erro! Estúpido e inevitável erro!

And I could hear the thunder
(E eu pude ouvir o trovão)
And see the lightning crack
(E ver o relâmpago estourar)
All around the world was waking
(Tudo ao redor do mundo foi acordando)
I never could go back
(Eu nunca poderia voltar)

 'Cause all the walls of dreaming
(Pois todas as paredes dos sonhos)
They were torn right open
(Elas foram despedaçadas e abertas)
And finally it seemed that the spell was broken
(E finalmente, parece que o encanto foi quebrado)

Os lábios de Demi eram de um tom rosado que só a faziam parecer ainda mais com uma boneca de porcelana, tão frágil e tão perfeita. Levei meu polegar até seus lábios e a senti estremecer com aquele simples toque. Macios ao tato, carnudos aos olhos, só faltava, agora, saber o gosto.

And all my bones began to shake
(E todos os meus ossos começaram a sacudir)
My eyes flew open
(Meus olhos se abriram)
And all my bones began to shake
(E todos os meus ossos começaram a sacudir)
My eyes flew open
(Meus olhos se abriram)

Encostei meus lábios aos dela e senti meus corpo vibrar e minhas pernas ficarem moles. O desejo cego tomou conta de mim e, rapidamente, intensifiquei o beijo sem encontrar resistência de Demi. O encontro de nossas línguas me fizeram apertar minhas mãos na cintura da garota e pressionar meus quadris contra os dela.

No more dreaming of the dead
(Não mais sonhando com os mortos)
As if death itself was undone
(Como se a própria morte fosse desfeita)
No more calling like a crow for a boy
(Não mais chamando como um corvo por um menino)
For a body in the garden
(Por um corpo no jardim)
No more dreaming like a girl
(Não mais sonhando como uma garota)
So in love, so in love
(Tão apaixonada, tão apaixonada)
No more dreaming like a girl
(Não mais sonhando como uma garota)
So in love, so in love
(Tão apaixonada, tão apaixonada)
No more dreaming like a girl
(Não mais sonhando como uma garota)
So in love with the wrong world
(Tão apaixonada pelo mundo errado)

Estávamos em um mundo paralelo, onde todos os meus sentidos se voltavam para ela. Tudo em mim respondia à Demi. O cheiro, o gosto, o toque tudo em Demi me atraía e me fazia sentir como se tudo o que estava fazendo fosse certo. Não era! Mas quem se importava?

Snow White's stitching up the circuitboards
(Branca de Neve está costurando as placas de circuito)
Someone's slipping through the hidden door
(Alguém está deslizando através da porta escondida)
Snow White's stitching up the circuitboard
(Branca de Neve está costurando as placas de circuito)

Desci minhas mãos para as coxas dela e apertei com força o suficiente para fazê-la gemer baixinho em minha boca e arranhar minha nuca. Eu não conseguia separar nossos lábios, tal ato me parecia insano, doloroso como se precisasse do corpo dela junto ao meu para continuar respirando.

No more dreaming of the dead
(Não mais sonhando com os mortos)
As if death itself was undone
(Como se a própria morte fosse desfeita)
No more calling like a crow for a boy
(Não mais chamando como um corvo por um menino)
For a body in the garden
(Por um corpo no jardim)
No more dreaming like a girl
(Não mais sonhando como uma garota)
So in love, so in love
(Tão apaixonada, tão apaixonada)
No more dreaming like a girl
(Não mais sonahando como uma garota)
So in love, so in love
(Tão apaixonada, tão apaixonada)
No more dreaming like a girl
(Nãomais sonhando como uma garota)
So in love with the wrong world
(Tão apaixonada pelo mundo errado)

Demi apertou as pernas que estavam em volta de mim, trazendo-me para mais perto dela. Apenas minha calça de moletom e o colã que ela usava separavam nossas intimidades e mesmo assim, parecia que nada estava entre nós. Minha única reação era apertar ainda mais minha mão em sua coxa e beijá-la com cada vez mais intensidade.

Snow White's stitching up the circuitboards
(Branca de Neve está costurando as placas de circuito)
Someone's slipping through the hidden door
(Alguém está deslizando através da porta escondida)
Snow White's stitching up the circuitboard
(Branca de Neve está costurando as placas de circuito)
Someone's slipping through the hidden door
(Alguém está deslizando através da porta escondida)

O ar começava a nos faltar quando ouvimos uma música sobressair a que estava tocando antes. Demorei um pouco pra reconhecer Turn Up The Music do Chris Brown. Demi pareceu se assustar e espalmou a mão em meu peito me afastando dela. Desci Demi do meu colo e ela correu até o short que estava em um canto da sala, e só aí entendi que era o celular dela que estava tocando.

- Oi mãe – ela disse assim que pós o aparelho no ouvido – eu tô aqui na casa do Sr. Jonas, já estou indo. Ok mãe, beijos.

Ela desligou o telefone e se virou pra mim.

- Bem, eu tenho que ir – ela disse pegando e vestido o short e logo em seguida a blusa.
- Hm, tudo bem – eu disse coçando a nuca, sem saber o que fazer. Minha vontade era correr até ela e continuar o que estávamos fazendo.

Demi terminou de se vestir, calçou o all star, pegou o CD que estava no aparelho e caminhou até mim.

- Obrigada, vizinho – ela disse e depositou um selinho em meus lábios – Fico te devendo uma.

Antes que ela pudesse virar, porém, eu a peguei pelos braços e a beijei calmamente. Demi correspondeu ao beijo que não durou muito, mas foi bom o suficiente para fazer um sorriso lindo aparecer nos lábios dela.

- Pode ter certeza que eu vou cobrar – eu disse sorrindo malicioso.

Demi mordeu o lábio inferior sorrindo e caminhou até a porta. Fiquei parado ali sem condições nenhuma de me mover, se é que você me entende... Depois de alguns segundos ouvi a porta da minha casa batendo. Ela tinha ido embora, mas só em corpo. O cheiro dela ainda estava naquela sala, o gosto dela ainda estava em minha boca, a sensação da pele dela ainda estava em minhas mãos e a imagem do sorriso dela ainda estava em minha mente.

Continua...

4 comentários:

  1. Que perfeição!!! SOS, parece que com o Joe sendo um homem mais velho que a Demi na história (na vida real tbm é, mas sl, na história ele parece ser beem mais velho ainda, rs) fica mais emocionante. Ai Deus. A mãe da Demi estragou o clímax! Affff... Hahaha.

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  2. Uau! Incrível... com a música então melhor ainda.
    Amei o cap.

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  3. A mae da Demi e estraga prazeres! Bjos!!

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