Nesses últimos dias percebi que Wilmer estava mais atirado. Toda hora ele inventava desculpa para me abraçar, beijar meu pescoço ou até mesmo passar a mão por meu corpo, mas eu sempre inventava alguma desculpa para sair de perto. Hoje o chamei para almoçar em casa, pois precisávamos conversar sobre algumas coisas. Depois do almoço nos sentamos no sofá, onde o comecei a explicar que não iria mais continuar com essa mentira. Estava disposta a contar tudo para o Joe.
_Vai ser assim Demi? Vai me passar por mentiroso?_Perguntou um tanto irritado.
_Não... Falarei a verdade._ O encarei._ Você apenas me ajudou, mas por que eu pedi!
_Obrigado Demetria!_ Se levantou._ Te ajudo e é assim que me retribui..._ Virou as costas pra mim.
_Mas você sabia que seria temporário..._ O lembrei.
_Sim, eu sabia! Mas tinha esperança de que você mudasse de idéia e realmente me deixasse ser o pai de seu filho._Virou pra mim voltando a se sentar no sofá com os olhos já inundados de lagrimas._ Eu te amo Demi._ Logo aproximou me puxando pela cintura e me dando um selinho. Fiquei paralisada. Como assim ele me ama? Não, ele é meu amigo e só isso.
_Er...Eu...eu...não..._Simplesmente não sabia o que responder. Que não o amava isso ele já sabia, mas como dizer que não poderia sem magoá-lo?
_Me da só uma chance Demi?_Disse pegando uma de minhas mãos._Prometo te fazer feliz._Colocou a mão em meu ventre._ Darei minha vida por sua felicidade e a felicidade desse bebê._Sorriu de canto.
_Não posso fazer isso com você._Abaixei a cabeça olhando para nossos dedos agora entrelaçados._Eu não o amo._Confessei.
_Você não pode passar sua vida sofrendo por ele._Levantou meu rosto delicadamente, me fazendo olhar em seus olhos._ Você tem que dar uma chance para seu coração._ Sorri ao escutar isso. Ele tinha razão. Sem pensar muito me aproximei selando nossos lábios. Logo o selinho se tornou um beijo. Era diferente beijá-lo, pois eu gostava, mas sentia falta de algo.
_Vamos tentar._Disse terminando o beijo com alguns selinhos. Ele sorriu e me puxou colando novamente nossos lábios. Podia sentir desejo através de seu beijo, como se estivesse desesperado para ter-me. Sai de seus braços em um ato de desespero quando escutei passos. Era Selena. Seu olhar de decepção era de cortar o coração, mas ela teria que me entender. Ultimamente nós estamos bem distantes, isso por que a mesma não concorda com a idéia de esconder o bebe de Joe. Quando a vi sair, o senti morder de leve minha orelha e me puxar para seu colo.
_Estou tão feliz Flor._Admitiu me abraçando.
_Também estou feliz._Disse sincera._ Er... Mas eu ainda pretendo contar a verdade pro Joe._ Falei escondendo minha cabeça em seu ombro.
_Vai mesmo fazer isso?_Perguntou com uma voz triste._ Espere mais um pouco._Pediu._ Quero ter a chance de te conquistar primeiro. Sei que se você contar agora, te perderei antes que possa ao menos tentar.
_Não posso enrolar muito._Acariciei seu rosto._ Ele esta sendo muito atencioso com o bebê mesmo pensando não ser filho dele._Dei um beijo na sua bochecha._ Não posso privá-lo de acompanhar minha gravidez.
_Mas ele está acompanhando tudo._Retribuiu meu carinho._ Deixo de ir no médico com você para deixá-lo ir.
_Mas é diferente..._Me interrompi.
_Três meses._ Disse olhando em meus olhos.
_Três meses?_Perguntei confusa.
_Espere três meses para contá-lo. Prometo o deixar acompanhar tudo da sua gravidez, mas, por favor..._Colocou uma mecha de meu cabelo para traz e me encarou._ Me de esse tempo?_Pediu novamente.
_Tudo bem._ Concordei já derrotada, sabendo que ele estava certo. O vi sorrir e me puxar para mais um beijo. Era bom estar ali em seus braços, mas só tinha um problema: Ele não era o Joe!
Depois de um tempo Wilmer foi embora e eu fiquei sozinha em casa. Carmem havia ido passar duas semanas na casa da irmã que estava doente, Selena além de estar brava comigo também tinha saído com Nick e os outros empregados eu tinha dado o dia de folga. Deitei no sofá na esperança de ter algo bom passando na TV. Sempre odiei assistir programas de pegadinhas, mas era a única porcaria que passava que ao menos dava para se distrair. Não demorou muito até o sono me dominar.
Estava na minha casa, deitava em minha cama abraçada com Joseph. Fazia desenhos imaginários em seu peito nu enquanto ele mexia em meu cabelo. Sentia sua respiração na minha testa ao mesmo tempo em que sentia nossos pés entrelaçados em baixo do lençol fino que nos cobria. Minha barriga já estava enorme e podia ver a felicidade de Joe estampada em seus olhos. Em breve nosso bebê nasceria, até podia senti-lo chutar minha barriga como se quisesse se mostrar ali entre nós dois. De repente senti uma forte pontada em meu ventre. Joseph me olhava furioso perguntando o porquê de não ter contato sobre seu filho. Estava completamente apavorada. A dor só aumentava.
Acordei assustada. Esperava que tudo fosse apenas um sonho, mas a dor era real. Sentia pontadas fortes no ventre. Tentei me levantar para pegar o telefone, porém me desesperei quando vi o sangue escorrendo por minha perna. Não, eu não poderia perder meu filho. Juntei todas as minhas forças e andei até a mesinha onde se encontrava o telefone. Liguei para ele, mas a única coisa que consegui dizer foi “Me ajuda” quase inaudível. Tudo ficou branco, só senti o impacto do meu corpo com o chão.
Joe “ON’
Estava cochilando em cima da minha cama, praticamente babando no meu notebook. Provavelmente estava matando o tempo quando peguei no sono. Escutei meu celular tocar. Abri meus olhos preguiçosamente começando a procurar o aparelhinho que deveria estar no criado mudo ao lado. Não me dei ao trabalho de olhar quem era simplesmente disse um “alô” com a voz rouca. A pessoa não respondeu, mas quando pensei em olhar no visor pra ver quem era, escutei um pedido de ajuda um pouco fraco. Por mais baixa que estivesse eu reconhecia aquela voz. Era Demi. A chamei por diversas vezes, mas não obtive resposta. Levantei-me correndo em direção à garagem. Não faço a mínima idéia da velocidade que estava, de quantos faróis vermelhos passei ou de quantos “pare” não respeitei. Provavelmente chegaria uma multa gigantesca depois, mas eu não me importava com isso. Quando cheguei à casa de Demi entrei pelos fundos, onde sabia que a porta estava aberta. Sai correndo chamando seu nome, mas ela não respondia. Deus, o que tinha acontecido com ela? Quando ia subir para se quarto notei que o telefone da sala não estava no seu lugar e ao chegar mais perto a vi desfalecida no chão, com uma poça de sangue a rodeando. Entrei em desespero. O que havia acontecido? E o bebê? Meus pensamentos estavam confusos, mas sabia que não podia ficar ali parado. A peguei delicadamente no colo, indo logo em direção ao hospital. Ao chegarmos entrei gritando para que me ajudassem, falando que ela estava grávida. Em instantes a tiraram dos meus braços a levando para longe de mim. Não me deixaram entrar.
_Eles vão ficar bem... Eles vão ficar bem..._Sussurrava pra mim mesmo tentando me convencer de que a Demi e o bebê estavam bem. Tentativa inútil. Senti uma mão no meu ombro me fazendo olhar automaticamente. Era uma enfermeira com uma toalha branca em suas mãos. Dizia para que eu fosse ao menos ao banheiro me limpar, pois estava encharcado de sangue. Neguei. Não sairia dali nem por um segundo. Senti-a puxando meus braços e passando a toalha úmida para ao menos tirar o excesso. Não liguei. Horas se passaram, mas nada do médico aparecer. Minhas lagrimas escorriam desesperada mento por meio rosto.
_Acompanhante da senhora Demetria Devo..._O interrompi antes que pudesse terminar. O mesmo olhou assustado. Eu devia estar péssimo.
_O que houve com ela doutor? Eles estão bem? Diz-me algo?_Perguntava sem ao menos o dar chance de responder alguma das minhas perguntas.
_Se acalme..._Olhou na prancheta. _Joseph?_ Apenas assenti._ Me acompanhe até minha sala._ Saiu andando e eu fui o seguindo.
_Agora pode me contar o que aconteceu com ela?_ Perguntei ainda impaciente enquanto sentava em uma cadeira em frente sua mesa.
_Bom, como você sabe a Demetria esta grávida. Certo?_ Assenti._ Ela é muito nova e apesar de seu corpo já ser de mulher, seu útero ainda não esta preparado para gerar um filho.
_Quer dizer que ela perdeu o bebê?_ Disse já sentindo as lagrimas voltarem a cair por meu rosto.
_Não._ Respondeu simples._ A criança está crescendo e seu útero não reagiu bem. O que ela teve hoje foi uma hemorragia, mas já conseguimos controlar. Por sorte ela não perdeu o bebê._ Sorri igual bobo ao receber a noticia._ Mas a gravidez dela é de risco e precisa ser bem vigiada.
_Farei o que for preciso._ Me dispus.
_Preciso que garanta que ela não passe nervoso, se alimenta bem e principalmente que não faça esforço._ Enquanto falava ele anotava algumas coisas na ficha em suas mãos.
_Vou cuidar para que nada disso aconteça._ Afirmei.
_Ótimo!_ Se levantou._ Agora venha, ela deve estar acordando._ Disse enquanto saia em direção ao quarto onde Demi estava. Ao entrarmos vi ela deitada naquela cama, branca e sem vida.
_Oi minha pequena._ Disse chegando mais perto para acariciar seu cabelo e beijar sua testa. Ela sorriu enquanto abria os olhos.
_O que houve? Nosso filho está bem?_ Perguntou assustada, provavelmente se lembrando do que havia acontecido.
_Calma você teve uma hemorragia._ Acariciava seu rosto delicadamente._ Apesar de ter perdido muito sangue, os médicos salvaram nosso filho._ Beijei sua testa. Nesse momento percebi o que tínhamos dito. Nosso filho? Sorri bobo ao pensar que ela poderia ter decidido a me dar uma segunda chance.
Continua...
Créditos ao blog: http://fic-jemi.blogspot.com.br
se Joseph soubesse...
ResponderExcluirposta logo!bjs
Que lindo! Aww
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