segunda-feira, 26 de novembro de 2012

Capitulo 31 - "Eu disse que viria"

 Demi "ON"

_Demi quem..._ Escutei me chamar descendo as escadas. Sterlling rapidamente me soltou._ Mas o que está acontecendo aqui?_ Perguntou alterado. Podia ver fúria em seus olhos.
_Joe eu posso explicar._ Sai correndo em sua direção, mas ele desviou.          
_Depois nós conversamos Demetria._ Disse frio._ Agora eu vou me acertar com esse canalha._ Continuou indo na direção de Sterlling com os punhos já fechados.
_Joe, não vale a pena!_ Tentei avisar, mas já sabendo que não me ouviria. Fechei os olhos com força com medo do que estava prestes a acontecer.  Quando os abri novamente eu já chorava desesperadamente e Sterlling já estava no chão com a mão no rosto, onde provavelmente teria levado o soco. Joe o levantou segurando a gola de sua camisa e o jogou contra a parede.
_Amor..._ O chamei com a voz chorosa.
_Eu não sou seu amor!_ Respondeu seco sem me olhar. _E você, espero que nunca mais apareça na minha frente._ Disse para Sterlling antes de subir a escada.
_Por favor, vai embora._ Pedi a Sterlling enquanto escorregava encostada na parede para o chão ainda chorando. Ouvi-o dizer um “Eu não vou desistir”, mas nem dei importância. As palavras “Eu não sou seu amor” não saia da minha cabeça, eu sabia que precisava falar com ele, mas não tinha forças. Ele jamais fora tão arrogante comigo, mesmo quando eu o escondi sobre nosso filho. Isso estava me matando por dentro. Ele não acreditava em mim? Tentava espantar essa idéia da minha cabeça, mas não era tão fácil.

~

Depois de passar um tempo jogada no chão chorando, eu finalmente me acalmei e decidi ir conversar com ele, mas antes que começasse a subir as escadas pude ver que ele já descia a mesma. Havia trocado de roupa, uma calça jeans com uma T’shirt branca simples, o que destacava ainda mais seus músculos.
_Vai sair?_ Perguntei preocupada.
_Vou embora._ Respondeu sem emoção alguma. Podia sentir o desprezo em sua voz.
_Joe, você sabe que..._ Tentei me explicar, mas as palavras travaram em minha garganta quando o mesmo me encarou. Aquele não era meu Joe, ele não tinha o olhar que sempre me fazia sentir-me bem, mas sim um olhar de fúria, vazio.
_Que o que Demetria? Que deixou aquele traste te agarrar mesmo sabendo que eu estava no quarto?_ Perguntou sínico.
_Eu não deixei!_ Respondi nervosa.
_Eu vi que não._ Disse sarcástico.
_To vendo que qualquer coisa que te diga não vai te fazer mudar de ideia._ Andei até ele._ Eu te amo e jamais te trocaria._Toquei delicadamente seu rosto enquanto ele continuava imóvel._ Se me entreguei a você diversas vezes, não foi por acaso. Se digo que te amo é por que é verdadeiro. _ Selei calmamente nossos lábios._ Mas se você não acredita, não adianta ficar._ Meus olhos já estavam húmidos, mas segurava as lagrimas. Afastei-me indo em direção a escada. Pude sentir o quão pensativo ficou, mas isso não foi o suficiente. Ele havia ido embora. Meu coração parecia ter sido despedaçado, esmagado ou simplesmente arrancado do meu peito no mesmo momento em que o vi sair pela porta. Quando entrei em meu quarto pude sentir o cheiro de seu perfume, o que só me fez soltar todas as lagrimas que prendia há instantes.
Chorava sem me preocupar com mais nada. Deixava com que as lagrimas levassem minha tristeza com elas, como se fosse realmente possível. Não agüentei ficar no quarto, mas também não quis ir para outro. Decidi que dormiria na sala essa noite. O travesseiro que havia levado já estava banhado de lagrimas, mas não queria encarar novamente o cheiro dele a fim de pegar outro.  Será que esse era o fim, nosso fim? Não poderia ser, mas não sabia o que fazer para tentar fazê-lo acreditar em mim.  Hora penso que esta certo, pois eu mesma acreditaria de estivesse no lugar dele? Mas depois lembro que um relacionamento é constituído principalmente de confiança. Minha cabeça estava uma bagunça e logo acabei pegando no sono.

Joe “ON”

Já se passarem 15 dias desde o ocorrido. Já estava tudo certo na escola, o que significava que eu e a Demi estávamos tendo aula juntos, porém não trocávamos nenhuma palavra. Eu não havia a procurado desde então, somente falava um simples “oi” quando nos esbarrávamos pelos corredores da escola. Tentava negar para mim mesmo que eu não sentia sua falta, mas não havia como fugir. Ela passava por mim de cabeça baixa, talvez com medo ou receio de falar comigo. Não tiro sua razão, eu fui grosso, porém como posso acreditar nela sendo que vi Sterlling a agarrando e ela sem ao menos se manifestar? Estava confuso, mas o orgulho não me deixava correr atrás novamente como da outra vez.
Hoje seria o dia marcado no médico para fazer a coleta dos óvulos e espermatozóides utilizados para a inseminação artificial. Sai da escola e fui direto para o consultório. Eu havia prometido fazer isso, não iria quebrar a promessa. Ela precisa desse filho, do mesmo modo como eu o quero. Não sabia se ela iria, mas a minha parte eu faria. Ao chegar pedi para a recepcionista avisar ao médico que eu já estava lá. Fiquei na sala de espera aguardando que me chamassem, até ver Demi chegar um tanto desanimada e ... chorando?
O que houve Demi?_ Perguntei me levantando do sofá onde estava e indo até ela. Pude ver a surpresa nos seus olhos.
_O... o que... ta... ta fazendo aqui?_ Perguntou gaguejando, o que me fez sorrir.
_Eu disse que viria._ Afirmei.
_Mas nós não estamos mais juntos._ Sussurrou desviando o olhar.
_Eu não terminei com você._ Disse simples._ Só dei um tempo._ Expliquei sem jeito.
_Você está a 15 dias sem nem ao menos olhar direito pra mim._ Acusou.
_Eu sei, mas tenho meus motivos._ Disse me afastando.
_Que são ridículos._ Retrucou.
_O que você faria se visse o cara que quase estuprou sua namorada a agarrando na sala e ela sem ao menos dizer não?_ Perguntei tentando manter o controle, porém já nervoso.
_Eu falei não!_ Afirmou baixo._ Joe?_ Chamou ainda calma me fazendo olhá-la._ Nós precisamos muito conversar, mais aqui não é o lugar certo._ Disse apontando para a recepcionista que nos observava atenta. Apenas assenti.
_Se não esperava me ver aqui, então por que veio?_ Perguntei curioso depois de sentarmos para esperar o médico.
_Eu vim cancelar as coletas._ Respondeu simples, porém de cabeça baixa.
_Por isso estava chorando?_ Continuei a perguntar. Demi não respondeu, apenas assentiu discretamente. Levantei do sofá onde estava e me sentei ao lado dela abraçando-a._ Eu sei o quanto você quer um bebê, eu disse que viria._ A passei segurança.
_Obrigado._ Agradeceu sem jeito.
_Hey._ A chamei fazendo-a me olhar._ Por mais que as coisas não fiquem como antes, quero que saiba que eu estarei com você durante a gravidez inteira e durante toda a vida dessa criança._ Sorri bobo ao imaginar._ Ele será nosso filho._ Afirmei.
_Joe não precisa..._ Tentou protestar.
_Ele terá um pai Demi._ A interrompi._ Eu o quero tanto quanto você, mesmo que não esteja tudo como planejado, eu quero._ Disse desfazendo o abraço. Quando ela ia responder algo, nós fomos chamados pelo médico. Ele nos explicou que as coletas seriam feitas separadamente e logo me mando ir para uma sala com uma enfermeira qualquer.
Eu estava um tanto desconfortável de estar ali. A enfermeira aparentava ter uns 25 anos apenas, provavelmente estagiária ou iniciante.
_Joseph certo?_ Perguntou olhando a ficha. Apenas assenti._ Bom, preciso que você tire sua roupa e coloque esse roupão._ Disse me dando um pacote com algo azul dentro._ O banheiro fica logo ali._ Apontou para uma porta próxima.
_Obrigado._ Agradeci gentilmente. Quando havia tirado minha roupa e estava prestes a colocar o tal roupão, percebi que o mesmo parecia mais com uma camisola. Era feito de um pano extremamente fino e azul, com a abertura nas costas onde provavelmente minha bunda ficaria de fora. Não que nunca ninguém me viu seminu, mas em uma clinica isso chega a ser muito constrangedor. Sai do banheiro segurando a parte de trás, o que fez a enfermeira rir de mim.
_Não precisa ter vergonha Joseph._ Sorriu amigável._ Eu já fiz muito isso, acredite!_ Garantiu._ Agora deite-se aqui._ Apontou para uma maca que estava um tanto inclinada.
Ao deitar na maca a vi pegar um vidrinho pequeno acompanhado de uma caixa média que estava fechada. Colocou luvas e pegou um algodão o molhando em algo que não consegui decifrar o que era. Quanto estava começando a ficar relaxado a vi subir a “camisola” até minha cintura, deixando meu membro de fora.  Olhei para ela assustado, mas ela apenas sorriu. Passou um liquido mais parecido com um lubrificante em suas mãos por cima das luvas e logo agarrou meu pênis começando a me masturbar. Eu não estava exitado, o que era mais constrangedor ainda.
_O que está fazendo?_ Perguntei confuso me sentando.
_Deite-se Joseph._ Pediu._ Para coletar seus espermatozóides eu preciso te estimular._ Explicou. Apenas assenti e deitei olhando para o teto. Essa era a situação mais broxante que eu poderia estar. Como se fica exitado com toda essa tensão? Fechei os olhos tentando imaginar as minhas noites com a Demi, o que aparentemente funcinou depois de um tempo quando escutei a enfermeira sussurrar um “Ual” após ver minha exitação. Lógico que as mãos daquela mulher não chegavam nem perto das da Demi, mas confesso que aquilo estava muito bom. Senti que por um instante os movimentos haviam parado, dando lugar a algo um pouco gelado “limpando” minha glande, provavelmente o algodão molhado. Ao dar continuação, não consegui conter todos os gemidos, e logo cheguei ao meu máximo.
_O que está fazendo?_ Perguntei ao vê-la  tampar o vidrinho e abrir a caixa que continha uma espécie de “fumaça” no interior, provavelmente hidrogênio liquido.
_Esses daqui são seus espermatozóides, ou sua ejaculação se preferir._ Riu._ Eu vou congelá-los para usá-los no processo. Alguns de seus espermatozóides serão fecundados nos óvulos de sua parceira._ Explicou.
_Er... posso me trocar?_ Sorri amigável, porém nem tanto. Meu corpo estava um tanto relaxado devido ao meu orgasmo, mas eu queria sair logo dali.
_Claro, fique a vontade. Meu trabalho termina aqui, então quando voltar já pode ir direto para a sala de espera que logo o doutor irá lhe chamar._ Assenti em resposta e fui em direção ao banheiro.


Continua...

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