terça-feira, 5 de fevereiro de 2013

Capítulo 22 – Just Know That You're Not Alone


POV da Demi, nada melhor que uma LINDA E PERFEITA música da própria pra servir de trilha sonora né?! Coloquem a música pra carregar e soltem quando eu disser. 
p.s.: preparem os lenços ok?! Afinal, é a Dems cantando... u.u

***

Demi’s POV

- Vamos Demetria! – Miley gritava, impaciente, para mim que ainda estava no quarto. – Estamos atrasadas!
- Não encontro o meu pen-drive, você sabe onde ele está? – gritei em resposta enquanto revirava o quarto.

- Claro que não! Não sem nem onde está o meu... – Miley respondeu.
- Achei! – gritei assim que avistei o objeto dentro de uma das gavetas da mesinha onde estava o notebook.
- Então vamos logo! – Miley gritou mais uma vez e eu saí correndo, pegando minha bolsa pelo caminho e indo ao encontro dela que me esperava, com cara de poucos amigos, com a porta aberta.

Assim que saímos na rua o vento, tipicamente londrino, nos acertou o rosto e meu primeiro instinto foi tremer um pouco por causa do frio. Eu ainda não estava totalmente adaptada ao clima daqui.

Londres era uma cidade encantadora, com pessoas incríveis, um pouco hostis no início, mas assim que você as conhece, percebe que são pessoas bem legais. Logo que cheguei, fui morar no alojamento que o Royal Ballet oferecia aos alunos vindos de outros lugares, duas semanas depois conheci Miley e decidi dividir um apartamento com ela.

Miley era dos EUA também, Tennessee pra ser mais exata, e o sotaque caipira que ela carregava irritava alguns ingleses de nariz empinado, ela não dava a mínima e era isso que me encantava nessa garota. Miley vivia intensamente, desde que a conheci a vi sair com vários garotos sem se apegar a nenhum, “perda de tempo” ela dizia. Ela era a única amiga que eu tinha ali, claro que eu socializava com muita gente dali, mas Miley era o tipo de pessoa que eu sabia que poderia contar sempre. E eu estava certa. Quando eu precisei dela, Miley estava lá por mim.

Já fazia três meses que eu e Joe decidimos namorar e, no começo, tudo era lindo. Mesmo cansada eu ficava horas ao telefone com ele e o mesmo acontecia com Joe. Vários e-mails, várias mensagens, inúmeras chamadas no Skype, enfim... Usamos toda a tecnologia que podíamos para estarmos sempre juntos.

Mas tudo mudou quando Joe foi promovido na empresa onde trabalhava. A carga horária continuou a mesma, mas o trabalho e a responsabilidade aumentaram e ele já não tinha mais tanto tempo livre. Passamos a nos falar três vezes na semana, depois duas e agora... Se eu ouvia a voz dele uma vez no mês estava no lucro.

Trocávamos bastante e-mail, era mais cômodo, não o atrapalhava. Eu sabia que essa promoção era boa pra ele, mas me peguei várias vezes desejando que ele não tivesse aceitado o novo cargo. Estávamos nos distanciando e eu podia sentir isso.

Sem contar que nesses últimos dias ele estava bastante estranho. Mesmo por e-mail, ele sempre procurava ser carinhoso e dizer o quanto sentia minha falta, e nunca demorava mais que um dia pra me responder, agora fazia mais de duas semanas que eu não tinha notícias dele. Isso estava me preocupando.

Chegamos ao Royal Ballet na hora certa e, depois do aquecimento, começamos a aula. Eu amava o que eu fazia, amava dançar e me expressar através do meu corpo. Era mágico pra mim. Colocava toda a minha dor e minhas frustrações em meus movimentos e toda a minha alegria e contentamento quando isso era necessário e quando existia.

Uma perfeita terapia. Ali, na sala com vários espelhos, nada podia me atingir. Como se aquelas paredes fossem blindadas. À prova de dor, saudades, angústias, medos... Meu único refúgio em meio a um país estranho com pessoas que eu não conhecia e costumes que não eram meus.

- Bem alunos, por hoje é só, vejo você amanhã. – A professora anunciou o fim da aula.

Peguei minhas coisas e fui em direção a Miley que, pra variar, estava de conversa com um garoto da nossa turma. Tenho pena das pessoas que acham que bailarinos são gays, elas não sabem da missa a metade.

- Miley, você vem? – perguntei assim que me aproximei.
- Pode ir na frente, depois encontro com você no refeitório. – ela respondeu e logo voltou a conversar com o tal garoto.

Suspirei meio irritada. Eu odiava andar por aqueles corredores sozinha, tinha a péssima sensação de que as pessoas me observavam. Peguei minhas coisas e fui em direção ao vestiário. Tomei um banho e troquei de roupa.

Caminhei calmamente até o refeitório, servi meu almoço e me direcionei a uma das mesas, a mais vazia e longe de olhares que tinha, mas antes que eu pudesse dar a primeira garfada, meu celular vibrou. Meu coração pulou no peito e um sorriso se formou em meu rosto. Só podia ser o Joe me pedindo desculpas e dizendo que a vida dele estava corrida, mas que não tinha se esquecido de mim. Puxei o celular do bolso e atendi sem nem olhar na bina.

- Alô? – atendi ansiosa por ouvir a voz dele.
- Oi meu bem!

Decepção foi pouco pra descrever o que senti quando ouvi a voz da minha mãe do outro lado da linha. Não que eu não quisesse falar com minha mãe ou algo do tipo, mas naquela hora, naquele momento, só tinha uma voz que eu queria escutar e não era a dela.

- Oi mãe. – respondi depois de soltar um suspiro pesaroso.
- Nossa, nem parece feliz em ouvir minha voz. – ela disse de um jeito que fez meu coração se apertar. Como eu estava sendo egoísta!
- Claro que estou mãe, me desculpe... É só cansaço. – eu disse sorrindo de lado e mostrando um pouco mais de animação.
- Oh meu amor, como eu queria poder cuidar de você. – ela disse com aquele ar maternal que me fazia sentir um bebê. Em outros tempos eu teria detestado, mas agora, tudo o que eu mais queria era o colo da minha mãe.

Sem que eu pudesse controlar meus olhos encheram-se de lágrimas e eu tive que lutar pra que elas não caíssem.

- Ah mãe... Eu sinto tanto a sua falta! – eu disse com a voz meio chorosa.
- Eu e seu pai também sentimos muito sua falta meu amor, essa casa não é a mesma sem você. – minha mãe disse e eu percebi que ela já chorava.
- Mãe eu não posso chorar, estou no meio do refeitório. – eu disse tentando amenizar o clima de tristeza que a ligação carregava.
- Desculpe querida. – minha mãe disse, recompondo-se. – Liguei pra te dizer algo importante.
- E o que é? – disse, tentando distrair meus pensamentos com o brócolis em meu prato.
- Eu e seu pai vamos viajar a negócios. Duas semanas apenas, mas você precisava saber. – ela disse, já com a voz recuperada.
- Hm, e quando vão? – perguntei, agora achando a cenoura extremamente interessante.
- Daqui a pouco, já estamos de saída. – ela disse e pude ouvir a voz do meu pai a apressando.
- Diz pro papai que eu também o amo. – disse brincando e rindo um pouco, minha mãe também riu e repetiu minhas palavras em voz alta e logo pude ouvir o ‘também te amo minha princesa’ gritado pelo meu pai em resposta.
- Ah... mãe? – perguntei insegura. Estava com medo de perguntar o que tinha em mente.
- Oi querida.
- Como estão os vizinhos? – perguntei tentando parecer natural.
- Estão bem, meu amor, pelo menos assim eu espero. – minha mãe respondeu meio incerta. – Por quê?
- Por nada, só... Curiosidade e saudade do meu bairro. – disse tentando esconder a curiosidade e o nervosismo.
- Bem, tirando a separação do Jonas, nada demais aconteceu... – minha mãe comentou e eu agradeci mentalmente por ela ter tocado no assunto assim, tão espontaneamente.
- Sério? E como foi isso? – perguntei fingindo surpresa.
- Ah, foi há alguns meses atrás, parece que o bebê não era do Joe algo assim, quase não conversamos mais ele vive ocupado com o trabalho. - minha mãe disse.
- Sei como é... – falei e suspirei meio alto, pelo menos não era só pra mim que ele não tinha tempo.
- Filha eu tenho que desligar, mas eu dou notícias assim que chegarmos ok?!
- Ok, mãe.

Despedimo-nos e eu desliguei o telefone, encarei minha comida no prato e percebi que minha fome tinha passado. Odiava desperdícios, ainda mais de comida, mas não tive outra saída. Se eu comesse, não ficaria muito tempo em meu estômago. Toda aquela situação estava me deixando completamente enjoada. Sentia como se algo estivesse pra acontecer.

Decidi voltar pra casa. Lá eu, pelo menos, poderia curtir minha fossa em paz. Isso se Miley não tivesse levado o garoto pra lá. Nessas horas eu dava Graças por não dividirmos o mesmo quarto.

Para a minha sorte o apartamento estava vazio. Joguei as chaves em qualquer lugar e deixei a bolsa pelo caminho, eu precisava de um banho. Ao passar pela mesinha onde ficava o telefone, vi que ela piscava. Havia uma mensagem na secretária eletrônica.

Não queria me iludir nem ficar contente por antecipação, mas eu precisava que fosse Joe ali, que assim que eu apertasse aquele botão a voz dele soasse do aparelho, fazendo meu coração se tranquilizar. Respirei fundo e apertei o botão.

“Oi Demi, aqui é o Jay, nos conhecemos naquela festa em que sua amiga, meio maluquinha fez um stripper em cima da mesa... Bem, espero que você lembre e que, se estiver afim,... sei lá, podemos sair... Bom, é isso. Qualquer coisa me liga, o número é esse mesmo do qual tô ligando. Beijos.”

Eu lembrava do Jay. Um garoto bonito, branco com olhos azuis e cabelos castanhos que caíam em cachos por seu rosto. Lembro-me de ter gostado da companhia dele, mas apenas isso. Como se fossa possível sentir mais que isso por outra pessoa, tendo o Joe em meus pensamentos o tempo todo.

Mais uma vez a decepção e aquela angústia tomaram conta do meu corpo. Eu precisava falar com ele, saber como ele estava... Corri pro computador, quem sabe ele havia respondido meu e-mail. Depois de algum tempo e de algumas unhas ruídas, estava entrando em meu e-mail. Nada. Nenhum e-mail novo, nenhum sinal dele.

Mas que merda podia estar acontecendo? Porque ele não me respondia ou me ligava? Respirei fundo passando as mãos pelos cabelos. Eu já não sabia o que fazer, estava a ponto de explodir.

- E aí? – Miley disse, entrando em meu quarto e me dando o maior susto.
- Meu Deus, Miley! Você quer me matar? – perguntei com a mão no peito, meu coração parecia a mil por hora.
- Calma! – Miley disse rindo e jogando-se em um puff vermelho que decorava meu quarto. – Porque essa cara?
- Que? – perguntei, fazendo-me de desentendida.
- Ah, qual é? Te conheço a pouco tempo, mas essa sua cara aí não me engana... O que aconteceu? – Miley disse de um jeito despreocupado, mas, ainda assim, eu sabia que ela estava disposta a ouvir se eu tivesse algo a dizer... E eu tinha.
- É o Joe... – disse e levei as mãos até o rosto.
- O que foi dessa vez? – Miley ajeitou-se na cadeira e adotou um jeito mais sério. Ela sabia o quanto eu amava Joe e tudo o que ele representava pra mim.
- Faz mais de duas semanas que não tenho notícias dele, nenhum e-mail, nenhuma ligação... Nada! – eu disse e pude sentir as primeiras lágrimas caírem em meu rosto.
- Caramba! – Miley disse e mordeu os lábios. Ela sentou na cama ao meu lado e me abraçou de lado. – Olha, pensa que ele deve estar ocupado com o trabalho ou algo do tipo.
- E se ele me esqueceu My e se ele encontrou outra pessoa? – eu disse entre soluços.
- Então ele seria um grande idiota por trocar essa menina incrível que você é por qualquer outra garota no mundo. – ela disse e apertou mais o abraço.
- Sabe, eu nem cobro fidelidade absoluta, eu sei que ele é homem e ele tem as necessidades dele, mas e se ele encontrar alguém que seja mais que uma transa?  - eu disse já entrando em pânico com a possibilidade.
- Você só vai saber disse se perguntar... – Miley disse e levantou-se, foi até a mesinha e pegou o telefone entregando-o a mim em seguida. – Se Maomé não vai até a montanha, a montanha vai até Maomé.

Eu ri brevemente. Miley tinha mania de soltar esses ditados que minha avó dizia, mas ela estava certa. Se Joe não me procurava eu o procuraria. Era melhor saber de uma vez por todas o que estava acontecendo do que ficar me lamentando por algo que eu não tinha certeza. Disquei o número dele e depois de dois toques, fui atendida.

- Alô? – ouvi uma voz feminina do outro lado da linha e, instintivamente,  tirei o telefone da orelha, pra conferir se tinha discado o número certo. Sem erros, esse era mesmo o número do celular do Joe. – Alô? – a voz repetiu.
- Er... Oi, hm... Esse celular ainda é do Joe? – perguntei meio incerta.
- Ah, é sim, mas ele está no banho agora meu bem, quer deixar recado? - a voz da mulher disse naturalmente e eu senti meu corpo esquentar com aquela frase. pensei em algo ´ra responder mas antes que eu pudesse raciocinar direito, eu ouvi a voz dele ao fundo.
- Quem é, meu bem?

Repentinamente o ar me faltou e minha voz já não saía. Meu bem? Ele estava chamando aquela mulher de ‘meu bem’? Olhei pra Miley que esperava, roendo as unhas, pra saber o que estava acontecendo.

- Não sei... Querida você quer deixar recado? Estamos com um pouco de pressa aqui... – a voz disse e a única coisa que consegui fazer foi desligar o telefone.

Fechei os olhos e apertei o telefone com toda a força que eu tinha. Senti as lágrimas invadirem meus olhos e escorrerem pelo meu rosto quase que ao mesmo tempo em que senti os braços de Miley se fecharem ao meu redor e me confortarem de um jeito que só amigas sabem fazer.

(n/a: coloquem a música pra tocar! ;D)

Senti como se meu mundo desabasse naquele instante. Todos os meus medos estava certos, ele havia encontrado outra pessoa e eu não o culpava por isso, mas porque ele não me disse antes? Me machucaria bem menos, ou não...

The space in between us
(O espaço entre nós)
Starts to feel like we're worlds apart
(Começa a parecer que somos de mundos diferentes)
Like I'm going crazy
(Como se eu estivesse ficando louca)
And you say it's raining in your heart
(E você diz que está chovendo em seu coração)
You're telling me nobody's there
(Você está me dizendo que ninguém está lá)
To dry up the flood
(Para tentar secar a inundação)
Oh but that's just crazy
(Oh mas isso é loucura)
'Cause baby I told ya I'm here for good
(Pois, baby, eu já disse que estou aqui para sempre)

- Eu sabia My, eu estava sentindo isso o dia todo! – eu disse entre soluços e ainda de olhos fechados.
- Calma, meu anjo... Não chora assim... – a voz de Miley soava calma, quase como um mantra.
- Eu o perdi de novo... E dessa vez eu nem posso culpá-lo, no fundo eu sabia que isso ia  acontecer em algum momento. – eu disse e me virei pra minha amiga que tratou de secar minhas lágrimas.
- Então porque começou se sabia que ia terminar mal? – ela perguntou como quem pergunta a uma criança porque tem medo do escuro.
- Porque eu o amo! – respondi e deixei Miley sem resposta. Ela apenas me fez deitar no colo dela e começou um cafuné em meus cabelos.

My love's like a star, yeah
(Meu amor é como uma estrela, sim)
You can't always see me
(Você nem sempre pode me ver)
But you know that I'm always there
(Mas você sabe que eu estou sempre lá)
When you see one shining
(Quando você ver um brilho)
Take it as mine
(Tome como se fosse meu)
And remember I'm always near
(E lembre-se que estou sempre por perto)
If you see a comet
(Se você vir um cometa)
Baby I'm on it
(Baby, eu estou nele)
Making my way back home
(Voltando para casa)
Just follow the glow yeah
(Apenas siga o brilho, é)
It won't be long
(Não vai demorar)
Just know that you're not alone
(Apenas saiba que você não está sozinho)

- O amor machuca Demi, por isso nunca deixo isso acontecer comigo. – Miley disse enquanto acariciava meus cabelos.
- Não é algo que eu posso controlar, não escolhi amá-lo, aconteceu... – eu disse, mais calma só que a dor continuava ali.
- Quem ama deixa ir, e se ele estiver melhor agora?  E se estiver feliz com essa tal mulher?.– Miley disse e, pela primeira vez, pensei por esse lado. Estava sendo egoísta mais uma vez.

I tried to build the walls
(Eu tentei construir as paredes)
To keep you safe when I'm not around
(Para mantê-lo seguro quando não eu não estiver por perto)
But as soon as I'm away from you
(Mas assim que eu estou longe de você)
You say they come tumbling down
(Você diz que elas desabam)
But it's not about the time
(Mas a questão não é o tempo)
That we don't get to spend together
(Que nós não conseguimos passar juntos)
It's about how strong our love is
(É sobre quão forte é o nosso amor)
When I'm gone and it feels like forever
(Quando eu for embora e parecer que foi para sempre)

Miley estava certa. Eu precisava libertar Joe, precisava deixa-lo ir. Ele devia estar feliz com essa pessoa e não deve ter me contado por medo de me magoar. Não tinha como ter raiva dele, nem motivos para odiá-lo. Não se culpa uma pessoa por tentar ser feliz. Nós tentamos. Pelo menos por isso não poderemos ser julgados. Mas nem tudo é como a gente quer.

Eu sabia que continuaria amando Joe, pra sempre! Por mais que outras pessoas aparecessem em minha vida, o lugar dele em meu coração sempre estaria ali, intacto. Joe era, sem dúvida, uma pessoa muito especial e eu sempre estaria ao lado dele, se um dia ele precisasse de mim. Com certeza estaria lá, mas não mais como namorada.

My love's like a star, yeah
(Meu amor é como uma estrela, sim)
You can't always see me
(Você nem sempre pode me ver)
But you know that I'm always there
(Mas você sabe que eu estou sempre lá)
When you see one shining
(Quando você ver um brilho)
Take it as mine
(Tome como se fosse meu)
And remember I'm always near
(E lembre-se que estou sempre por perto)
If you see a comet
(Se você vir um cometa)
Baby I'm on it
(Baby, eu estou nele)
Making my way back home
(Voltando para casa)
Just follow the glow yeah
(Apenas siga o brilho, é)
It won't be long
(Não vai demorar)
Just know that you're not alone
(Apenas saiba que você não está sozinho)

Levantei-me do colo de Miley e peguei meu notebook. Eu tinha tomado, naquele instante, a decisão que mudaria nossas vidas, minha e de Joe, drasticamente e para sempre. Era por Joe que eu estava fazendo isso, era pelo o que sentia por ele, era pelo nosso amor que nunca se ruiria. Não da minha parte.  Eu sabia que meu coração pertenceria a ela pra sempre. Onde quer que eu fosse, levaria ele comigo.

 You say the time away makes your heart grow numb
(Você diz que o tempo longe faz seu coração anestesiar)
But I can't stay just to prove you wrong
(Mas não posso ficar só para provar que você está errado)
Oh, just look at how far we've come
(Veja até onde nós viemos)
Don't you know
(Você não sabe)
Don't know that you're the one
(Não sabe que é o único?)

- O que você está fazendo? – Miley quis saber.
- Tomando a melhor decisão que posso. – respondi enquanto começava a digitar.
- A melhor decisão pra você ou pra ele? – Miley disse cruzando os braços.
- Pra nós... – respondi olhando pra minha amiga, sabendo que eu estava errada. Era apenas por ele que eu estava fazendo isso. Pela felicidade dele, nada mais.

My love's like a star, yeah
(Meu amor é como uma estrela, sim)
You can't always see me
(Você nem sempre pode me ver)
But you know that I'm always there
(Mas você sabe que eu estou sempre lá)
When you see one shining
(Quando você ver um brilho)
Take it as mine
(Tome como se fosse meu)
And remember I'm always near
(E lembre-se que estou sempre por perto)
If you see a comet
(Se você vir um cometa)
Baby I'm on it
(Baby, eu estou nele)
Making my way back home
(Voltando para casa)
Just follow the glow yeah
(Apenas siga o brilho, é)
It won't be long
(Não vai demorar)
Just know that you're not alone
(Apenas saiba que você não está sozinho)

Miley ficou me observando enquanto eu redigia o texto com destreza, apenas o som do teclado sendo pressionado por meus dedos podia ser ouvido naquele cômodo. Como se o ar fúnebre fosse necessário para tal ocasião.

Acabei de digitar e mostrei o conteúdo para Miley que, ao terminar de ler, olhou pra mim com os olhos marejados e sorriu.

- É a coisa mais linda que vi alguém fazer por outra pessoa! – ela disse enquanto uma lágrima rolava por seu rosto. – Você não existe!

Eu sorri fraco e fitei o que tinha escrito há pouco, uma última vez antes de clicar em ‘enviar’. Depois disso, não teria volta. Respirei fundo e cliquei no botão. Estava feito.

Eu sabia que a dor passaria, eu sabia que isso tudo, depois de um tempo, seria apenas uma triste lembrança e que era necessário. Não haveria mais lágrimas, dor ou mágoas. Eu estava dando um presente para Joe, mesmo que pra isso eu precisasse arrancar um pedaço de mim. Eu estava dando a ele o bem mais precioso que um ser humano pode ter. Eu estava dando a ele a  liberdade.


Continua...


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