quinta-feira, 14 de fevereiro de 2013

Capítulo 29 - Nobody's Home.


Oi, amores! Hoje a música será essa e vocês podem colocar pra tocar agora, já no início do capítulo! ;)

***

Nunca pensei que voltar pra casa seria tão ruim. Mesmo com zeros a mais na minha conta bancária, mesmo amando o lugar onde eu morava, mesmo sabendo que era o certo, nada disso me reconfortava. De que adiantava estar em casa, se ela não estava lá?

Foi decepcionante abrir a porta da frente e deparar-me com a casa vazia, exatamente como estava minha vida naquele momento. Não havia ninguém ali, ninguém com quem compartilhar minhas experiências, ninguém com que conversar, nem ao menos em quem descontar toda essa minha mágoa e tristeza. Eu estava completamente sozinho.

You say you wander your own land
(Você diz que perambula em sua própria terra)
But when I think about it I don't see how you can
(Mas quando eu penso nisso eu não vejo como você pode)
You're aching, you're breaking
(Você está sofrendo, você está quebrando)
And I can see the pain in your eyes
(E eu posso ver a dor em seus olhos)
Says everybody's changing and I don't know why
(Diz que todo mundo está mudando e eu não sei por quê)

Adentrei a casa e fechei a porta atrás de mim, joguei minha mala e as chaves do carro no sofá e me arrastei até a cozinha. Senti-a péssimo, acabado, como se um caminhão carregado com areia tivesse passado por cima de mim... Várias vezes!

Abri a geladeira e tirei de lá uma garrafa com suco, despejei o líquido laranja em um copo e o tomei, sentindo-o umidificar minha boca e proporcionar uma sensação boa de satisfação. Repeti o ato, sem pensar muito, concentrar-me no suco e em como ele agia em mim, fazia-me esquecer do que ocupava minha cabeça e, nem preciso dizer, vocês já devem saber quem a ocupava. Sempre ela!

So little time
(Tão pouco tempo)
Try to understand that I'm
(Tente entender que eu estou)
Trying to make a move just to stay in the game
(Tentando fazer um movimento só para continuar no jogo)
I'm trying to stay awake and remember my name
(Eu tento ficar acordado e lembrar meu nome)
But everybody's changing and I don't feel the same
(Mas todo mundo está mudando e eu não sinto o mesmo)

Demi não entrou em contato comigo depois que saiu do hotel, nem eu tive a sorte de encontrá-la por coincidência novamente. Durante toda a viagem, minha vontade era que aquele avião caísse, com certeza a dor de morrer seria menor que a dor que se instalou em meu peito desde que perdi a sensação dela em minha pele.

Com a maior dificuldade do mundo, subi as escadas, jogando as peças de roupa que tirava do meu corpo pelo caminho. Ao chegar no banheiro, já estava apenas de boxer, fechei a porta e olhei-me no espelho e nem sequer reconheci aquele homem no reflexo. Não era eu, aquele li no espelho estava bem longe de ser o Joseph Jonas que existiu a mais de dois anos atrás, antes de tudo, antes de eu quase casar, quase ser pai, quase ter Demi pra mim... Antes de eu quase ser feliz.

You're gone from here
(Você se foi daqui,)
Soon you will disappear
(logo você irá desaparecer)
Fading into beautiful light
(Sumindo em uma luz bonita)
Cos everybody's changing and I don't feel right
(Porque todo mundo está mudando e eu não me sinto bem)

Passei as mãos pelos cabelos e joguei um pouco de água no rosto, tirei a peça de roupa que faltava e entrei em baixo do chuveiro, deixando a água fria cai sobre mim, massageando, de forma quase dolorida, minha pele. Então, como uma luz que se acende, a realidade me arrebatou e me vi completamente sozinho.

Levei as mãos ao rosto no momento em que as primeiras lágrimas começaram a descer, confundindo-se com a água que caia do chuveiro. Parecia patético um homem de 27 anos chorar feito um bebê, mas eu não me importava. Precisava por aquilo pra fora, antes que me sufocasse por dentro.

So little time
(Tão pouco tempo)
Try to understand that I'm
(Tente entender que eu estou)
Trying to make a move just to stay in the game
(Tentando fazer um movimento só para continuar no jogo)
I'm trying to stay awake and remember my name
(Eu tento ficar acordado e lembrar meu nome)
But everybody's changing and I don't feel the same
(Mas todo mundo está mudando e eu não sinto o mesmo)

Eu não tinha mais ninguém em minha vida, não tinha Ashley, não tinha Demi... Que perspectiva de vida eu teria dali em diante se eu não conseguia tirar Demetria da minha cabeça! Como seguir em frente como ela pediu? Como fingir que não sinto nada, quando na verdade tudo o que eu mais queria era tê-la aqui comigo? Como ser feliz, sem o único motivo de felicidade que meu coração reconhecia?

Senti meus joelhos cederem e me vi sentando no chão com a água caindo sobre mim. Queria poder ficar ali para sempre. Na segurança da minha casa e no conforto do piso do meu banheiro com a terapêutica água sobre a minha pele.

So little time
(Tão pouco tempo)
Try to understand that I'm
(Tente entender que eu estou)
Trying to make a move just to stay in the game
(Tentando fazer um movimento só para continuar no jogo)
I'm trying to stay awake and remember my name
(Eu tento ficar acordado e lembrar meu nome)
But everybody's changing and I don't feel the same
(Mas todo mundo está mudando e eu não sinto o mesmo)
Oh, everybody's changing and I don't feel the same
(Oh, todo mundo está mudando e eu não sinto o mesmo)

Perdi a noção das horas e quando dei por mim, minha mão já estava completamente enrugada. Levantei-me e fechei o chuveiro, pegando a toalha em seguida e enrolando-a em minha cintura saindo do banheiro em seguida.

Já no quarto sentei-me na cama e fitei a parede branca como se fosse a coisa mais interessante do mundo e me perdi em pensamentos, como se estivesse em um mundo paralelo, até que, não me pergunte como, caí em um sono profundo.

Estava em uma sala muito clara por causa dos fortes raios de sol que entravam pelas grandes janelas que rodeavam o cômodo, não havia móvel, apenas o chão perfeitamente encerado e brilhante. Eu estava sozinho.

Comecei a andar pelo lugar, que era grande pra uma sala comum, parecia mais um salão. Avistei, do meu lado esquerdo, uma grande porta de vidro e atrás dela, eu podia ver nitidamente, estava Demi. Vestida com suas roupas de balé e fazendo aqueles movimentos graciosos que a faziam parecer um anjo. Os raios de sol a deixavam com uma espécie de aura ao redor, reforçando a imagem angelical que ela tinha.

Fiquei ali, parado, observando cada detalhe, cada gesto, até que Demi levantou o olhar e encontrou os meus pelo reflexo do espelho e sorriu, fazendo-me retribuir o gesto. Mas quando pensei em avançar, abrir a porta de vidro que nos separava, percebi a sombra de alguém atrás de mim, alguém que não apareceu no reflexo do espelho.

Virei-me para trás e percebi que Jay avançava sorrindo e que o sorriso de Demi era para ele. Jay levou a mão até a maçaneta da porta, passando por mim como se não estivesse ali, atravessou a sala e foi de encontro a minha garota que o recebeu com um beijo.

Aquela cena me desesperou, fazendo-me sair do estado de paralisação e ir até a porta, mas ela não abria. Olhei para os dois que estava lá dentro e percebi que o beijo havia sido aprofundado. Continuei a forçar a porta sentindo o desespero crescer em mim. Eu precisava tirar Demi dali.

A cena continuou e fitei, aflito e apoderado de um ódio eu nem eu sabia que podia sentir, o cara descer a blusa de Demi até a altura da barriga e começar a massagear os seios dela. Senti uma repentina ânsia de vômito enquanto começava a chutar a porta que parecia feito de um vidro inquebrável.

Eu gritava o nome dela com toda a minha força, mas minha voz não saía, batia na porta e chutava, porém eram como baques surdos. Enquanto me desesperava do lado de fora, lá dentro os dois estavam quase nus e se agarravam de um jeito violento. As lágrimas de raiva e repúdio começaram a surgir em meus olhos ao ver Demi, minha Demi naquela cena grotesca.

Uma música que eu conhecia começou a tocar ao fundo, mas ela destoava completamente da cena. Olhei ao redor para ver se encontrava de onde vinha a melodia, mas não encontrei nada. De repente, senti-me sendo puxado dali, e vi Demi desaparecer da minha visão.

Então, acordei com o som do celular, estridente, vindo de algum lugar do chão. Abri os olhos e senti meu coração pulsar como louco dentro do peito. O sonho ainda recente em minha memória. Toquei em meu rosto e senti o suor que escorria de minha testa e vi que ela se misturava com as lágrimas em minhas bochechas.

Levantei meu corpo na cama e demorei alguns minutos para lembrar que devia procurar meu celular. Cambaleei até onde estava minhas calças e peguei o aparelho dentro do bolso. Antendi sem nem ao menos ver quem era.

- Alô. – eu disse com a voz arrastada.
- Bro? Acordei você? – era a voz de Nick do outro lado da linha.
- Sim, mas, acredite, me fez um grande favor. – eu disse caminhando de volta a cama e sentando-me nela.
- Pesadelo? – ele perguntou meio sem jeito.
- Foi... E o pior que é daqueles que perece bem real. – eu disse, passando as mãos pelos cabelos.
- Nossa... Sei como é... – ele disse com a voz longe.
- Ok, mas você não ligou apenas para me acordar, certo?! – eu disse tentando mudar de assunto.
- Não cara, liguei pra te convidar a ir comigo em um lugar novo que inaugura hoje, topa? – ele perguntou animado.

Eu pensei por alguns instantes e, sem que eu pedisse, é claro, as imagens de Demi nua nos braços de outro fizeram meu coração doer, mas enxergar a realidade. Ela estava com ele nesse momento e enquanto eu chorava e me martirizava por tudo, ela estava transando com ele em algum lugar de Londres. Não era justo.

- Joe? Ainda tá aí? – Nick me chamou depois de eu ter ficado um tempo em silêncio.
- Tô sim cara e sim, eu vou com você! – respondi pondo-me de pé e caminhando até o armário, sentindo-me mais confiante do que há poucos horas atrás.

Despedi de meu irmão e comecei a trocar de roupa, em menos de vinte minutos estava pronto e depois disso, passaram-se no máximo dez minutos até Nick chegar. Antes de sair de casa prometi a mim mesmo que não me sentiria culpado por nada, nem tão pouco preso a um sentimento que, pelo visto, apenas eu continuava a cultivar. Essa noite o Joe que eu abandonei em algum lugar lá do passado, estaria de volta.

Chegamos ao local e tudo me parecia tão absurdamente novo. Como se a muito tempo eu não me sentisse bem em fazer algo e esse sentimento de diversão e ansiedade fez-me sentir um adolescente outra vez.

Dentro do local, muitas pessoas dançavam e bebiam, espalhadas pelo salão ou em mesas redondas em cores berrantes e feitas de acrílico. Caminhei com Nick até o bar e ocupamos dois bancos próximos ao balcão, onde pedimos nossas bebidas.

- Então? Como foi a viagem? – Nick perguntou, sem olhar diretamente pra mim.
- Normal. – disse dando de ombros.
- Apenas normal? – ele insistiu.
- Eu encontrei com ela. – disse, por fim, depois de um longo suspiro. – Ela está mesmo namorando e aparentemente melhor sem mim.
- E você? – ele disse, dessa vez me encarando.
- Eu o quê? – perguntei, mirando a bebida que o barman acabava de por em minha frente.
- Está melhor sem ela? – Nick perguntou, antes de virar a garrafa de cerveja.
- Vou ficar, a partir de hoje. – disse e bebi minha cerveja.

Ficamos conversando, bebendo e vendo a movimentação na pista de dança. Nick já estava com uma menina do lado e eu me sentia cada vez mais patético por não me sentir atraído por nenhuma das centenas de mulheres que rebolavam na pista.

Pedi licença e fui ao banheiro, mas assim que cheguei na porta, uma mulher tropeçou e quase caiu, mas eu a segurei.

- Opa! Essa foi quase... – ela disse sorrindo e levantou os olhos para me olhar. Foi quando a reconheci.
- Mandy? – perguntei e ela franziu a testa.
- Como sabe meu nome? – ela perguntou meio assustada.
- Não se lembra de mim? Joe, da faculdade! – eu disse e ela começou a olhar mais de perto para mim.
- Oh meu Deus! Joe é você? – ela disse e jogou-se em meus braços em um abraço apertado.

Mandy e eu éramos amigos na faculdade, daqueles que não se largam por nada e são como irmãos. Nunca tivemos nada de romântico, mas sempre a achei linda. Depois que acabamos o curso, Mandy teve que mudar de estado e então perdemos contato. Mal podia acreditar que a estava vendo depois de tanto tempo.

- Nossa, como você mudou! – ela disse, agora tocando em meu rosto e me fazendo rir.
- Você também mudou, está mais bonita! – eu disse e ela me deu um tapa no braço. Típico.
- E Ashley? Ainda estão juntos? – ela perguntou colocando as mãos na cintura.
- Hmm, longa história, mas se você aceitar sentar-se comigo eu conto tudo o que aconteceu comigo nesses últimos anos. – eu disse e estendi o braço para que ela pegasse, o que Mandy fez sorrindo.

Fomos até onde Nick estava, mas ele já havia saído dali. De certo foi para um lugar mais reservado com a tal mulher. Comecei a contar para Mandy todos os acontecimentos dos últimos anos, inclusive sobre Demi. Isso fez-me sentir bem, como há muito não sentia.

Algo me dizia que, agora, tudo estava certo. Eu estava seguindo meu caminho e reencontrar com Mandy me fez acreditar, ainda mais, que o velho Joe estava de volta e, junto com ele, minha felicidade.

Continua...

4 comentários:

  1. Ahhh n acredito!!!
    Está incrível... Só um pouco assustada c a tal Mandy, mas está perfect!!!

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    1. N e justo!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!! A Demi ama ele ela devia largar tudo pra ficar com o Joe!

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  2. PARA TUDO! SEM ESSA! O JOSEPH E ESSA TAL DE MANDY NÃO PODEM FICAR JUNTOS!!!

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