Abri meus olhos para mais um dia de que chegava. Os raios de sol iluminavam meu quarto, trazendo uma atmosfera alaranjada para o ambiente. Espreguicei-me, ainda deitado em minha cama, retorcendo o lençol que me cobria. Sentindo-me novo, pus-me de pé e caminhei até o banheiro. Depois de uma boa chuvarada, desci para a cozinha pronto para o meu café da manhã.
Era uma típica manhã de domingo e eu estava com a agenda cheia. Começaria com uma corrida pela praia com Nick, depois um almoço com minha mãe e terminaria o dia com Mandy, que há dois meses ocupava o lugar de namorada em minha vida.
Já fazia três meses desde que a encontrei naquela noite e então trocamos telefones e voltamos a nos falar e sair juntos. Não demorou muito para que eu assumisse nosso relacionamento. Eu me sentia bem, Mandy me fazia bem, e nesses últimos meses estava feliz, como há tempos não era. Parecia que, finalmente, eu havia conseguido seguir em frente.
O que não significava que eu não pensava mais em Demi, mas a frequência com que isso acontecia havia diminuído. Eu ocupava minha cabeça com outras coisas. Reaproximei-me de minha família, saía mais com meu irmão e, claro, tinha Mandy também.
Terminei meu café no extao momento em que a buzina soou do lado de fora. Era Nick. Peguei minha carteira e as chaves, saindo, em seguida. O sol parecia brilhar mais intensamente agora e me arrependi por não ter me lembrado dos óculos escuros.
- Esqueceu-se dos óculos, não foi? – Nick disse assim que entrei no carro. – Como eu havia imaginado...
Meu irmão abriu o porta-luvas e retirou de lá um estojo, entregando-o para mim.
- O seu problema é me conhecer bem demais... – disse rindo e colocando o Ray Ban de armação prata que ele havia me entregado.
- É pra isso que servem os irmãos... – ele disse dando de ombros.
Levamos uns vinte minutos para chegar na praia. Corremos por quarenta minutos com pequenos intervalos. Paramos em um quiosque para comprar água e voltamos para o carro. O destino agora era a casa de nossa mãe e só de pensar no almoço que me esperava, minha boca salivava instantaneamente.
- Como está com a Nicole? - perguntei, mas para puxar assunto.
- Voltamos. - ele respondeu com um sorriso no rosto.
- Vocês parecem um ioiô. - eu disse, rindo brevemente.
- Nem vem, estávamos separados antes mesmo daquele dia na boate, voltamos só agora... - ele disse tentando se defender.
- Se você diz... - eu disse dando de ombros e rindo.
- E você? Como está com a Mandy? – Nick perguntou durante o caminho.
- Indo... – respondi vagamente.
- Você não a ama, não é?! – meu irmão me perguntou olhando de relance para mim.
- É complicado... – comecei – Eu gosto dela, da companhia e de tudo o mais... nosso relacionamento me faz bem, mas...
- Mas você não a ama. – dessa vez não era uma pergunta.
- Acho que não sou mais capaz de amar. – disse soltando um suspiro alto.
- Está enganado, meu irmão. – Nick disse e parou o carro, podendo olhar para mim antes de continuar. – O problema é que você ainda ama. A Demi.
Essas palavras me fizeram tremer. Há muito tempo que eu não escutava o nome dela, ele vivia apenas em minha mente, em minhas lembranças... Sacudi a cabeça em negação e saí do carro, caminhando a passos largos até a porta da frente da casa onde cresci.
- Ei, Joe, espera. – Nick chamou – Não queria te deixar chateado, nem nada, mas...
- Tudo bem, Nick... Só não toca nesse assunto de novo, ok?! – eu pedi e o vi balançar a cabeça em consentimento.
Entramos em casa e fomos direto para a cozinha, de onde já podíamos sentir um cheiro maravilhoso de comida caseira. Todos estavam em casa, até Kevin e sua esposa, Danielle, estavam lá. Era muito bom poder estar em família novamente.
Depois do almoço inigualável de Dona Denise, pedi para me Nick me deixar em casa, afinal eu ainda tinha que sair com Mandy.
Ao chegar em casa, fui direto para o banheiro tomar um banho. Uma chuveirada era tudo que eu precisava para relaxar um pouco. Depois disso, saí do banheiro e coloquei minha boxer. Ainda estava cedo, então eu tinha tempo para revisar umas coisas do trabalho.
Peguei minha pasta em cima da cadeira e coloquei em cima da cama, mas ao tentar abrir, vi que o botão estava emperrado. Tentei forçar, em vão, consegui apenas um corte no dedão que fez o sangue escorrer por minha mão.
- Droga... – xinguei baixinho, caminhando em direção ao banheiro.
‘Eu tinha uma caixinha de primeiros socorros por aqui em algum lugar’ pensei, enquanto abria todas as gavetas do armário do banheiro. Encontrei a pequena caixa branca com uma cruz vermelha na última gaveta e ao retirá-la encontrei algo que fez meus joelhos cederem e eu cair sentado no chão.
A foto de Demi, que por muito tempo ficou pendurada no espelho desse mesmo banheiro e que eu havia escondido depois que cheguei de Londres, estava ali. Olhando para mim. Peguei a foto com cuidado e encostei as costas na parede fria atrás de mim.
O aperto em meu peito se fez presente de novo e a saudade parecia ter voltado mais intensa do que nunca. Os olhos dela naquela foto pareciam tão sinceros e tão penetrantes, como se estivesse realmente olhando para mim.
Ouvi meu celular tocar, mas não movi um músculo para atender. Devia ser Mandy e ela era a última pessoa com quem queria falar agora. Nesse instante decidi não mais sair de casa. Ficaria ali, só eu e ela, mesmo que em uma foto. Como nos velhos tempos. Porque sim, ela sempre estaria presente em minha vida. Mesmo depois de tudo, mesmo depois de tantas decepções eu ainda tinha muito dela em mim.
Continua...
Créditos ao blog: http://jemimylife.blogspot.com.br/
ahhh que triste....
ResponderExcluirnao aguento mais ver o Joe sofrendo, ele n merece
Ele é lindo, o cara ideal pra qualquer garota
É verdade.
ExcluirAh, tadinho... ele podia amar a Mandy.. ela parece fazer tão bem pra ele, ele já sofreu tanto pela Demi. Só quero vê-lo feliz. Nada é como a gente realmente gostaria que fosse, infelizmente :/
ResponderExcluirEu ja ia escrever JOE TRAIRA! Ai e li o final e comecei a chorar!
ResponderExcluirkkkkk
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