An apology - Parte 2

_Eu sei ta bem?

_Calma, eu só to tentando te ajudar.
_Me desculpa Selena, é que eu to muito nervosa.
Demetria havia desembarcado em Londres na noite passada e iria para Oxford, a cidade onde seus pais moram.
_Eu to muito tensa, só de pensar que eu vou revê-los é uma alegria pra mim, só que eu não sei qual vai ser a reação deles.

_Dem, aja normalmente, e tente conversar. Se você ficar ensaiando o que vai dizer, vai dar tudo errado._Selena tinha razão, ela estava mesmo ensaiando o que iria dizer e as varias reações possíveis com que teria que lidar.
_É, você tem razão, tenho que relaxar._Respirou fundo._Vou pra lá daqui a uma hora, tenho que me acalmar.
_Vai fazer alguma coisa, vai andar, tomar um café, sei que Londres é linda, tenta se distrair.
_Eu não to com cabeça pra isso.
_Mas se você ficar ai nesse hotel, socada nesse quarto, vai explodir.
_Ta certo, eu vou sair um pouco.
_Me liga depois tá?
_Ta bom.
Demetria pegou sua bolsa e saiu, deu algumas voltas nas ruas movimentadas de Londres. Foi até um café na esquina de um loja de roupas. Pediu um café bem quente e se sentou em um dos bancos de frente ao balcão.
Seus pensamentos ainda confusos, sem saber o que fazer, como agir, queria se acalmar, mas parecia impossível tirar aqueles pensamentos e angustias da cabeça. Ela queria chorar, queria colocar pra fora tudo que estava entalado dentro dela. Mas seria ela fraca por fazer isso? A resposta é não. Não seria fraca. Seria humana, ao ponto de sentir tudo, mas ela não queria sentir tudo, queria segurar. Suas pálpebras pesavam pelo tanto de lagrimas que ainda insistia em segurar. Sabia que se começasse a chorar, não pararia mais.
Bebericava o café, segurando a caneca quente em suas mãos, não iria aguentar por muito tempo, tinha que deixar sair.
Se arrependeu de tudo que tinha feito. Estava pagando o preço por ser tão egoísta e pensar só nela mesma. Mas será que ela merecia o perdão que não saberia se receberia? Será que merecia ter um pai e uma mãe tão generosos? Porque foi magoa-los, porque tinha feito isso? Qual era a resposta pra tudo isso? Como iria fazer isso? Eram tantas as perguntas. Ela não sabia, mas sabia que teria que se deixar ir, que teria que dali a uma hora partir em direção a cidade vizinha e fazer o que tinha que fazer.
Deixou as lagrimas saírem, deixou que ela caíssem.
_Você esta bem?_Perguntou um homem sentado ao lado de Demetria, fazendo-a se assustar.
_Estou._Respondeu sem olha-lo, sentia seu rosto molhado e secou os olhos na manga de seu casaco.
_Você não parece nada bem._Virou-se para olha-lo e se deparou com um par de olhos cor de mel. Olhos que a fizeram paralisar de tão lindos e bondosos. Olhos que pertenciam a um rosto diferente, bonito, mas desconhecido.
_Ta tão na cara assim?_Perguntou com um sorriso que sabia que não era seu.
_Você esta chorando, então esta sim._Ele sorriu. Ela retribuiu o sorriso e voltou a tomar seu café.
_Muitos problemas.
_Me desculpe, estou falando com você e não me apresentei, sou Joseph.
_Demetria.
_Sei que você não me conhece e agora só sabe meu nome. Mas, gostaria de conversar?
_Você também não me conhece._Um completo desconhecido isso ele era, mas ela aceitaria o convite._Conversar é bom.

...

_Ta, mas e ai, rolou mais alguma coisa?_Pergunto Selena.
_Não, claro que não, eu nem conheço o cara, eles só foi gentil comigo, só isso.
_Sei, ta bom então, como você ta Dem?
_Eu to bem, to a caminho já, vou passar mais uma noite fora antes de ir pra lá. Parece que eu vou ter que alugar um carro ou coisa assim. O lugar é um pouco distante da cidade.
_Você esta bem mesmo Dem?_Perguntou Selena preocupada, ela sabia que Demetria estaria nervosa de reencontrar os pais.
_Claro, eu acho, vou ficar bem._Tranquilizou-a._Tenho que desligar, vou atrás de um hotel bom.
_Tudo bem. Até mais.
Demetria chegou na cidade de Oxford por volta das três e meia da tarde, ela se hospedou em um hotel próximo ao centro da cidade e o mais tardar iria visitar a família. Pegou um quarto aconchegante e levou suas malas até lá. Se sentou na cama e ficou pensando como seria o amanhã.
Mas não havia motivo pra ser amanhã, ela poderia muito bem ir hoje mesmo, não seria um horário inapropriado e nem inconveniente. Mas parte dela queria ficar e outra ir. A que queria ficar, era a parte receosa de que algo sairia errado, e a parte que queria ir, era a parte que queria que tudo desse certo, que queria que tudo voltasse ao seu estado natural.
Demetria foi até o banheiro e lavou seu rosto com a água fria que saia da torneira da pia. Se olhou no espelho e viu que estava com uma cara muito cansada. Ficou se olhando por alguns minutos sem reação alguma, simplesmente ficou ali parada em frente ao espelho. Demetria despertou de seu desvaneio e voltou para o quarto, pegou algumas roupas e foi tomar um banho bem quente para relaxar os músculos. Depois desse rápido banho ela se deitou na cama e se deixou dormir e sonhar.

Continua...

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