terça-feira, 19 de fevereiro de 2013

Capítulo 32 - I Wanna Get Back To The Old Days

Depois de uma conversa, com mais palavras ditas por Eddie e Dianna, Demi e seus pais entraram e eu fiz o mesmo, antes de sumir pela porta, porém, Demi me lançou um olhar que me lembrou da menina de 17 anos que conheci. Ela estava de volta, não só em corpo, mas em tudo o que eu lembrava.

Fui convidado para o jantar na casa dos Lovato e lógico que aceitei sem nem pestanejar. Era como um déja vú, uma oportunidade de fazer tudo diferente. Era como recomeçar. Eu estava disposto a agarrar essa segunda chance com todas as minhas forças.

Tomei um banho demorado, revigorante. Eu estava me sentindo muito bem, como há muito tempo não me sentia. Era uma felicidade inexplicável que mal cabia em meu peito. Era como estar de volta a adolescência em pleno aniversário de quase trinta anos.

A imagem no espelho não me deixava mentir. Ela estava de volta aos meus lábios, o sorriso genuinamente feliz. Não mais uma tentativa de ser feliz, uma válvula de escape, uma máscara. Dessa vez era de verdade. Era por ela novamente.

Coloquei uma camisa branca com uma estampa qualquer e uma calça jeans preta. Penteei os cabelos e passei  meu melhor perfume. Olhei mais uma vez no espelho e gostei do que vi pela primeira vez em quatro anos.

Desci as escadas, peguei minhas chaves, minha carteira e o celular e caminhei em direção a casa dos meus vizinhos. Dianna não demorou a abrir a porta para mim, recebendo-me com um grande sorriso no rosto.

- Entre, querido! – disse dando espaço para que eu adentrasse a casa. – Eddie já está na sala, Demi ainda está no quarto, mas já deve estar descendo.
- Vou fazer companhia ao Eddie, com licença. – eu disse sorrindo.
- Fique a vontade. – Dianna disse e caminhou até a cozinha.

Fui ao encontro de Eddie e engatamos uma conversa sobre esportes. Futebol, para ser mais exato. Era muito fácil manter um diálogo com Eddie e muito bom também, como se nos conhecêssemos há anos.

- Oi, filha! – ouvi Eddie dizer, olhando para a porta da sala. Virei e encontrei a imagem de Demi, encostada na batente da porta, com um sorriso brincando nos lábios. – Esta aí há muito tempo?
- Tempo suficiente pra entender tudo de futebol. – ela brincou, rindo. Sem direcionar o olhar para mim.
- Senta aqui com a gente. – Eddie convidou.
- Não, pai. Deixo vocês com os papos de homem e vou me juntar a minha mãe. – disse, ainda com o sorriso em seus lábios e ainda sem me notar.
- Tudo bem então. – disse Eddie.

Antes de sair, Demi sorriu e abaixou a cabeça. Quando levantou novamente, olhou fixamente para mim por um tempo que julguei não ser o suficiente para Eddie perceber algo, mas duradouro demais para o nosso mundo paralelo.

- Boa noite, Sr. Jonas. – ela disse, levantando uma sobrancelha.
- Boa noite, senhorita. – disse rindo e feliz, por ela ter falado comigo.

Demi virou-se e foi até a cozinha. Eu continuei minha conversa com Eddie, agora, bem mais feliz e bem menos nervoso.

O jantar correu tranquilamente. Demi contou sobre seus dias em terras inglesas e sobre como demorou a se acostumar com o sotaque de lá. Por vários momentos tive que ouvir as lamentações de Dianna sobre o fim do namoro da filha com o precioso Jay. Isso me irritava. Profundamente.

Eram quase dez horas quando anunciei minha saída. Despedi-me do Sr. e da Sra. Lovato e, para a minha surpresa, Demi ofereceu-se para me acompanhar até a porta.

- Então... – eu disse assim que nos encontramos do lado de fora da casa.

Demi sorriu e apontou para a escada, em um convite mudo para que nos sentássemos. Assim fizemos e por longos minutos permanecemos calados, apenas fitando a rua deserta. Minha cabeça funcionava a mil, buscando por algo para falar. Durante tanto tempo imaginei esse momento em minha mente e agora nenhum dos infinitos assuntos que tinha para conversar vinham em minha mente.

- Estranho né?! – ela disse, rindo um pouco.
- O quê, exatamente? – eu perguntei, olhando para ela.
- Nós dois... Parecemos dois estranhos... – ela respondeu, fazendo uma careta engraçada.
- De certa forma... Somos... – eu disse dando de ombros e voltando a olhar para a rua.
- Quatro anos podem mudar demais as pessoas né?! – ela disse em voz baixa.
- Pode... – eu disse vagamente.
- Assim como os sentimentos também... – ela disse com a voz quase em um fio.

Senti meu corpo todo esfriar, como se cada gota de sangue que percorria meu corpo tivesse se esvaído com aquelas palavras.

- O que você está falando? – eu perguntei, estranhando o som da minha própria voz, que saiu tremida devido ao nervosismo.
- Continuo falando de nós dois, Joe... – ela disse e olhou para mim, com os olhos cheios de lágrimas. – Sabe, passei tanto tempo imaginando isso aqui, esse momento e, na minha mente, parecia tão certo, mas...
- Mas, o quê? – perguntei sem disfarçar a mistura de ansiedade e medo que transbordava em minha voz.
- Agora tá tudo tão confuso... – ela disse, deixando a primeira lágrima correr por seu rosto.
- Confuso? – eu já não raciocinava mais. Nada parecia fazer sentido e, naquele momento, eu desejava mais que nunca que ela estivesse brincando comigo, como ela sempre fazia.
- E se tudo que tivemos não passou de desejo, Joe? De uma fantasia de ambos? – ela disse, secando as lágrimas com o dedo indicador.
- Fantasia? Você acha que passei esse tempo todo sofrendo por causa de uma fantasia? Pelo amor de Deus, Demi! – eu disse, com a voz um pouco mais alterada.
- Joe, eu era uma menina que pode muito bem ter tido uma atração pelo vizinho mais velho e bonitão e você é homem... Como resistiria a uma garota de 17 anos dando em cima de você descaradamente? – ela disse de um modo tão certo e tão convicto que, por breves minutos, cheguei a considerar o que ela disse, mas esse momento não durou muito. Não quando em minha mente vinha a tona tudo pelo o que passei.
- Você só pode estar brincando comigo! – eu disse, soltando um riso de descrença.
- Não estou. Meus sentimentos estão realmente confusos. – ela disse calmamente. – Acho que tudo que tivemos foi apenas atração.
- Fale por você! – vociferei inconformado. Quem ela pensava que era pra dizer ou saber o que eu sentia? – Eu sei o que senti e sinto até hoje. Não sou moleque, Demetria! Ao contrário de você, passei esses quatro anos sofrendo e me amaldiçoando por ter deixado você ir embora... E agora, você vem me dizer que tudo não passou de atração?!
- Joe, por favor... Me entende... – ela disse voltando a derramar lágrimas.
- Não! Cansei de entender! Cansei de sempre ver o seu lado! Cansei de tudo sempre girar em torno de você! Cansei! – vociferei e pus-me de pé. Sentindo meu corpo ser tomado por um sentimento que nunca pensei que ela pudesse despertar em mim. Raiva.
- Não grita comigo! – ela respondeu.

Encaramo-nos por breves segundos até minha ficha cair. Aquela não era minha Demi. Não era a menina que conversava comigo com os olhos brilhando, que misturava malícia com ingenuidade, que fazia meu dia ser melhor apenas com um sorriso. Aquela ali parada em minha frente, estava longe de ser minha garota.

- Quer saber... Esquece! Você não merece o que guardei por tanto tempo pra você! Você não merece o que sofri por você... – eu disse e dei as costas, caminhando de volta para a minha casa.

Não olhei para trás nem tão pouco ouvi o chamado de Demi por mim. Era assim que tinha que ser. Cada um no seu lugar, como sempre. Talvez ela tivesse razão. Talvez tudo não tenha passado de puro desejo... Oh, Deus! A quem eu quero enganar?!


Continua...


5 comentários:

  1. Demi mudou mesmo... Brinca e abusa dos sentimentos do Joe pra vir com essa? Eu sou completamente Team Joseph nessa situação. Affff... eu sofrendo com o Joe e depois Demetria acha que é fácil dizer que tudo que eles tiveram talvez passou só de desejo?! Talvez então seja ELA que não gostava de verdade dele e só sentia atração pelo vizinho mais velho, bonitão (e noivo!). Nova demais pra amar, eu poderia dizer... pra ser honesta, não tem maturidade suficiente pra lidar com esse tipo de sentimento. Eu que o diga! Não tem certeza do que se sente, não sabe diferenciar o verdadeiro do "só atração e prazer"... uma dica: caia fora pra não correr risco de sofrer uma ilusão típica adolescente. Por favor... tudo que definiu essa atitude nada modesta da Demi nesse capítulo pra mim é: me poupe!

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    1. Pois é. A história é ótima, mas nesse ponto, meio que pegou pesado. Até parece que a Demi é uma lesma sem sentimentos.

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  2. Joe agora tem q seguir a vida e fazer Demi perceber a burrrice q cometeu... Agora chegou a hora

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