sábado, 9 de fevereiro de 2013

Capítulo 25 – Dust In The Wind


Coloquem a música pra carregar e soltem quando eu disser ok?!

***

Joe’s POV

A imagem no espelho refletia o que eu era agora, um homem de 27 anos, cansado e sem qualquer vestígio de amor próprio. A barba por fazer, o cabelo grande e desleixado e as profundas olheiras arroxeadas que se instalavam em baixo dos meus olhos denunciavam que minha vida há muito não era mais a mesma.


Minha vida seguia a mesma rotina, quase toda a noite: Festas, bebidas, mulheres e na manhã seguinte, dor de cabeça e ressaca, sem contar o fato de ter que expulsar a mulher que estava na minha cama, que eu nem sequer sabia o nome.

Tudo isso por um único motivo, por uma única pessoa: Demetria. Ela conseguiu, com um simples e-mail, destruir tudo o que eu era e tudo o que eu sentia. Aquela garota me transformou em uma pessoa fria e que não demonstrava mais sentimentos, pelo simples fato dos mesmos serem dela, ainda dela, apesar de tudo.

Por muitas e muitas noites passei pensando nela, chorando por ela e buscando um modo de tê-la de volta. Até descobrir que havia outras maneiras de passar por essas noites. Todas as mulheres que passaram por minha cama, jamais conseguiram sequer chegar perto de trincar ou abalar o amor que sentia por Demi, mas pelo menos tornavam a dor mais suportável.

E mesmo depois de dois longos anos, lá estava eu, parado em frente ao espelho do meu banheiro, culpando-me por ter dormindo com mais uma estranha e sentindo a brutal falta que aquela garota, que ainda residia em Londres, me fazia dia após dia.

Os Lovato continuavam morando na mesma casa ao lado da minha e, há alguns meses atrás, foram até a Inglaterra, visitar a filha. Quando chegaram, convidaram-me para um almoço, onde me mostraram as fotos dela. Tive que controlar meu ímpeto de gritar e chorar ao olhar para aquelas fotos, mas não pude controlar o impulso de roubar uma delas pra mim.

E era essa foto que estava grudada no espelho do meu banheiro, e era essa foto que eu encarava, agora, assim como em todas as manhãs. Demi estava linda, com os cabelos mais longos, mas ainda morena, a pele ainda mais pálida, se é que isso era possível e o sorriso, sempre encantador e hipnótico, brincando nos lábios.

Não me atrevi, em momento algum, em pedir o endereço ou telefone dela. Primeiro porque soaria estranho e segundo porque, bem... Foi ela quem quis se afastar, foi ela quem quis seguir em frente, foi ela quem encontrou outro alguém, que segundo a mãe dela era um rapaz encantador, sim, eu tive que ouvir sobre o namorado perfeito da filha deles.  Porque eu procuraria por ela, se Demi não queria mais saber de mim?

Como eu estava sendo masoquista! Eu sabia que ela estava bem melhor sem mim, sabia que ela jamais voltaria, mas lá estava eu, admirando a foto daquela que destruiu qualquer tipo de sentimento que podia alimentar dentro de mim. Eu era um grande babaca, mesmo!

Balancei a cabeça, tentando afastar os pensamentos, pois mais uma semana começava e eu tinha que ir ao trabalho. Lógico que depois de dois anos muitas coisas mudaram. Agora eu não era mais um simples funcionário. Tornei-me sócio de Alice e, juntos, tínhamos a maior e mais influente empresa em nosso ramo. Pelo menos em meu trabalho eu era uma pessoa realizada.

Tomei um banho relaxante e troquei-me sem pressa. Ao sair do closet, dei-me conta de que a “mulher da vez” ainda estava em minha cama, embrulhada em meus lençóis. Respirei fundo e fui até a borda da cama, cutucando, sem muito carinho, a perna da pessoa que babava em meu travesseiro.

- Hmm... Que? – ela resmungou.
- Hora de acordar, tenho que trabalhar. – eu disse, enquanto abotoava a manga da camisa social.
- Eu fico aqui, depois vou embora. – ela disse, de um jeito manhoso que me fez questionar quantos anos ela tinha.
- De jeito nenhum! – eu quase gritei. – Você vai levantar agora, colocar sua quase roupa e sumir, entendeu?
- Sumir? – ela perguntou, erguendo meio tronco na cama. – Mas eu pensei...
- Pensou errado! – eu disse e virei-me indo em busca da minha carteira, tirei algumas notas de lá e coloquei na mesinha ao lado da cama. – Isso deve dar para o táxi e o que sobrar é seu.
- O que você pensa que eu sou? – ela estava com cara de indignada, mas um pouco me convencia. Mentira. – Não faço sexo por dinheiro!
- Não, é? Hm, tanto faz... – disse dando de ombros. – Agora, se você puder se trocar rápido, agradeço.
- Nunca fui tão insultada, seu idiota! – a mulher disse e começou a se vestir rapidamente. – Não me procura mais, ouviu? Não quero mais saber de você!

Não pude evitar a gargalhada que ecoou pelo quarto. Enquanto lágrimas caiam por meu rosto de tanto rir, vi o rosto da mulher a minha frente ir do vermelho ao roxo, tamanha era a sua raiva.

- Do que está rindo? – ela perguntou, irritada.
- Eu... Ir atrás de você? – consegui dizer, depois de respirar fundo algumas vezes. – Por favor, né?! Quem você pensa que é?
- Certamente, não sou a garota cuja foto está colada no espelho do seu banheiro! – ela disse com a voz arrogante e quando viu minha expressão, adotou um ar vitorioso. Ela tinha ido ao meu ponto fraco e notou isso. – Quem é ela? É sua namoradinha? – ela falava em tom de deboche e entre risos e eu estava tentando me controlar o máximo. – A putinha ao menos sabe que você fode com todas as mulheres que encontra pela frente enquanto ela faz xixi na fralda?
- Cala a boca! –eu gritei com toda a força que tinha dentro de mim. – Lava essa sua boca imunda de puta antes de falar dela! Você jamais será nem metade da mulher que ela é, então cala a porra da boca!

Ela me olhava com cara de espanto e, pra ser sincero, nem eu estava me reconhecendo. Estava tomado pela fúria. Peguei as coisas dela e saí porta a fora, ignorando os gritos dela atrás de mim. Cheguei à porta que dava à saída da casa e joguei as roupas dela no meio da rua. Ela saiu desesperada, apenas com meu lençol embrulhado no corpo. Eu virei de costas e caminhei de volta a minha casa, até ela proferir as palavras que foram piores do que qualquer adaga atravessando o meu coração.

- Ela deixou você, não foi? – ela disse entre soluços. – Inteligente! Pelo menos essa qualidade ela tem. Seja o que for, você não a merece, sabe por que Jonas? Porque você não merece ser feliz, seu desgraçado!

(n/a: pode soltar a música ;D)

Fechei os olhos e continuei andando, sem olhar para trás. Fechei a porta atrás de mim e me vi caindo em um choro descontrolado. Porque as palavras de uma qualquer estavam me causando isso? Porque aquelas palavras tiveram um efeito tão pesado sobre mim?

Tell me are you feeling strong
(Me diga se você se sente forte)
Strong enough to love someone
(Forte o suficiente para amar alguém)
And make it through the hardest storm
(E atravessar a mais forte tempestade)
And bad weather
(e o mau tempo)

Porque Demi tinha feito aquilo comigo? Eu não era bom o suficiente pra ela? Maldita hora em que me deixei envolver por aquela garota que só fodeu com a minha vida! Antes dela aparecer, tudo estava bem, eu era feliz, tinha uma vida normal e agora... Me tornei o pior dos seres humanos.

Will you pull me from the flames
(Você vai me tirar das chamas)
Hold me till I feel no pain
(Me abraçar até eu não sentir mais dor?)
And give me shelter from the rain
(E me abrigar da chuva)
Forever
(Para sempre?)
Where can I find her
(Onde eu posso encontrá-la?)

Juntei todas as minhas forças e subi as escadas, quase me arrastando e ainda com lágrimas escorrendo pelo rosto. Que vergonha que eu sentia de mim mesmo naquele momento. Eu tinha me transformando em um ser digno de pena e isso era pior que qualquer coisa... Não, óbvio que não. Estar sem ela era pior que tudo!

She took the light and left me in the dark, eh
(Ela levou a luz e me deixou no escuro, eh)
She left me with a broken heart, eh
(Ela me deixou com um coração partido, eh)
Now I'm on my own
(Agora eu estou sozinho)
If anybody sees her (eh, eh, eh)
(Se alguém a vir (eh, eh, eh))
Shine a light on her (eh, eh, eh)
(Acenda uma luz sobre ela (eh, eh, eh))
Shine a light on her (eh, eh, eh)
(Acenda uma luz sobre ela (eh, eh, eh))
Shine a light on her (eh, eh)
(Acenda uma luz sobre ela (eh, eh, eh))
If anybody sees her
(Se alguém a vir)

Estava a caminho do meu quarto, mas então, como se meu corpo tivesse ensaiado o movimento seguinte, meus olhos fitaram a porta que eu não abria a mais de dois anos: a sala de espelhos. Lá estavam mais que lembranças, toda a minha fragilidade, meu medo, meu passado... Minhas mãos alcançaram a maçaneta e logo em seguida girou para abrir, não só a porta, mas a parte do meu coração que, há muito, eu vinha tentando deixar adormecido.

Tell me can you hear my voice
(Me diz se você pode ouvir minha voz)
Loud and clear above the noise
(Alta e clara por cima do barulho)
Even if I had the choice
(Mesmo se eu tivesse a escolha)
I would not give up
(Eu não desistiria)
Where can I find her
(Não consigo encontrá-la)

Tudo estava absolutamente igual ali dentro, o que era irônico visto que tanta coisa havia mudado aqui fora. Pé ante pé, adentrei ao cômodo, como se estivesse entrando em uma jaula repleta de leões famintos. Como eu previa, tudo ali parecia gritar o nome de Demi em meus ouvidos e esfrega-la em minha cara. Já mencionei que devo ser masoquista?

She took the light and left me in the dark, eh
(Ela levou a luz e me deixou no escuro, eh)
She left me with a broken heart, eh
(Ela me deixou com um coração partido, eh)
Now I'm on my own
(Agora eu estou sozinho)
If anybody sees her (eh, eh, eh)
(Se alguém a vir (eh, eh, eh))
Shine a light on her (eh, eh, eh)
(Acenda uma luz sobre ela (eh, eh, eh))
Shine a light on her (eh, eh, eh)
(Acenda uma luz sobre ela (eh, eh, eh))
Shine a light on her (eh, eh)
(Acenda uma luz sobre ela (eh, eh, eh))
If anybody sees her
(Se alguém a vir)


Meu coração pareceu reconhecer de imediato o chamado de sua dona, pois começou a bater acelerado como há tempos não fazia. Caminhei lentamente até a barra de apoio e deslizei meus dedos pela madeira polida escura enquanto várias coisas passavam por minha cabeça, entre todas a que mais martelava era: Porque ela fez isso, se eu a amava tanto?

She took the light and left me in the dark, eh
(Ela levou a luz e me deixou no escuro, eh)
She left me with a broken heart, eh
(Ela me deixou com um coração partido, eh)
Now I'm on my own
(Agora eu estou sozinho)
If anybody sees her (eh, eh, eh)
(Se alguém a vir (eh, eh, eh))
Shine a light on her (eh, eh, eh)
(Acenda uma luz sobre ela (eh, eh, eh))
Shine a light on her (eh, eh, eh)
(Acenda uma luz sobre ela (eh, eh, eh))
Shine a light on her (eh, eh)
(Acenda uma luz sobre ela (eh, eh, eh))
If anybody sees her
(Se alguém a vir)


Em meio aquele silêncio perturbador, o toque do meu celular soou tão alto que me fez dar um pulo por causa do susto. Tirei o aparelho do bolso e olhei o visor, era Alice. Respirei fundo e atendi, já esperando a bronca pelo atraso.

- Oi Ali. – disse, tentando parecer normal.
- Corre pra cá agora! – ela disse com a voz alta e meio eufórica.
- Calma, eu sei que tô atrasado, mas eu... – comecei a falar, mas Alice me interrompeu com um grito de impaciência.
- Jonas, apenas venha pra cá o mais rápido que puder! Tenho uma notícia que vai te interessar... – ela disse fazendo um meio suspense e eu suspirei, rendendo-me.
- Ok, chego em dez minutos!

Tudo bem que não foi em dez minutos, mas a culpa foi do trânsito infernal dessa cidade, ao chegar ao andar onde ficava meu escritório pude ver que Alice estava parada em frente a porta da minha sala e batendo o pé no chão, impaciente.

- Você disse dez minutos, Jonas e se passaram meia hora! – ela fez questão de gritar a última parte da frase.
- Eu ainda não tenho o poder de controlar o trânsito, Alice, meu amor... – respondi sorrindo e adentrando a minha sala, sendo seguido por ela. – Mas então, o que pode ser tão urgente?
- Acho melhor sentar... – ela disse e cruzou os braços, olhando atentamente em minha direção.
- O que foi? Você está me assustando... Diz logo! – eu disse, sentando-me em minha cadeira de couro giratória.
- Sabe aquele contrato que estávamos tentando fechar ha meses? – ela perguntou, sentando-se também.
- Sei, com a multinacional alemã... Ah, não! Eles desistiram? – perguntei sentindo-me frustrado naquele momento.
- Muito pelo contrário... – ela disse e um sorriso brotou no rosto dela antes de continuar, me deixando mais nervoso. – Eles fecharam o contrato!
- Ah! Não acredito! – eu quase pulei de felicidade.

Levantei e corri pra abraçar minha sócia. Havíamos batalhado demais por esse contrato, que era milionário, e fechá-lo era mais uma prova que nossa empresa era a melhor naquilo que fazíamos.

- Só tem um problema... – ela disse mordendo os lábios, depois que separamos o abraço.
- O que foi? – perguntei ainda eufórico.
- Eu não vou poder viajar pra fechar o contrato dessa vez... – ela disse, colocando uma mecha de cabelo atrás da orelha. Ela estava nervosa.
- Tudo bem! Vou adorar conhecer a Alemanha! – disse, ainda mais feliz. Uma viagem cairia muito bem no momento.
- Er... Então... Você não vai pra Alemanha, Joe... – ela disse, agora mexendo os dedos nervosamente.
- E pra onde eu vou? – perguntei com um quase sorriso.
- Inglaterra, Londres, pra ser mais específica. – ela disse e mordeu os lábios em sinal de apreensão.

Sem conseguir suportar o peso que meu corpo adquiriu de repente, caí sentando na poltrona atrás de mim. Inglaterra? Londres? Demi... Isso não podia ser sério. Que espécie de humor negro tem o destino? Se isso era uma piada, até agora eu não tinha achado a mínima graça!


Continua...


8 comentários:

  1. Ahhhhhhhhhh
    Ahhhhhhhhhhhhhh
    Estou sem fala... acabei d ler tds oa capitulos q perdi e amei tds...
    Estou louca para o próximo e me desculpe por demorar a postar é q ta dificil pra mim, mas sempre leio tds
    bjinssss

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    1. Tudo bem linda, o importante é que vc acompanha ok, bjs.

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  2. Aaaaaaaaa! Eu já ia comentar "Que capítulo triste" até ler o final! Posta logo!

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  3. Hey! Nova leitora aqui!
    Você escreve muito bem! Sério, eu já li suas fic's, quando eu ainda não tinha esse perfil, e pensava "Como alguém consegue escrever tão perfeitamente bem?" Sério, escreva um livro, você vai ficar ryca, baby!
    Bom, eu vou falar sobre o capítulo, mas antes, eu tenho que falar que essa fic, assim como as suas outras, é linda, maravilhosa perfeita, parabéns!
    Agora sobre o capítulo...
    Que dó que deu do Joe! Chorando por causa do amor...Dizem que é um sentimento bom, nunca senti, por outra pessoa, mas tem que ser maravilhoso mesmo, porque o que ele tá sofrendo, não tá no script, meu Deus!
    Você meio que transparece a emoção do personagem, e isso entretém o leitor, eu li, agora pouco um capítulo, que me fez chorar que nem um bebê! Sério, você escreve uma perfeição, você inspira as pessoas, pelo menos à mim inspirou, e eu acho que você deve estar muito orgulhosa dessa fic, eu ficaria, não só dessas, mas das outras também!
    Bom era só isso, tô ansiosa pro próximo, então...
    POSTA LOGO!
    Beijos :**
    Bruh :33

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    1. Bem vinda amor e obrigada por estar acompanhando a fic. Mas infelizmente ela não é minha, gostaria q fosse, mas não, não é. Eu estou apenas repostando a historia. Bjs!

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  4. SUA DIVA !
    amei amei amei amei, é muita perfeição...
    você escreve de uma forma linda e perfeita, morrendo aqui
    ... me da um pouco dessa perfeição.

    Posta logo, roendo as unhas aqui KK

    bj

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    1. Muito obrigada. Mas eu acho que vc vai ter que pedir um pouco dessa perfeição pra Sammy.

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